Redação | 10 de setembro de 2025 - 11h10

Português que ofereceu dinheiro por "cabeça de brasileiro" é preso por incitação à violência

João Paulo Silva Oliveira, de 56 anos, publicou vídeo no TikTok prometendo 500 a quem atacasse imigrantes brasileiros. Caso gerou forte repercussão e levou à sua demissão de uma padaria em Aveiro

XENOFOBIA
Vídeo no qual João Paulo Silva Oliveira oferece dinheiro por cabeça de brasileiro viralizou no TikTok. Foto: Reprodução/TikTok via @chefe1lince - (Foto: Reprodução)

A Polícia Judiciária de Portugal prendeu nesta segunda-feira (8) o português João Paulo Silva Oliveira, de 56 anos, após ele publicar um vídeo no TikTok em que oferecia € 500 (cerca de R$ 3,2 mil) para cada pessoa que levasse até ele “a cabeça de um brasileiro”.

Detido em casa, sem resistência, Oliveira é investigado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Santa Maria da Feira por incitação à violência. No vídeo, usou o termo “zucas” em referência a brasileiros e declarou que pagaria pela execução de imigrantes, estivessem eles legais ou não em Portugal.

Em nota, a Polícia Judiciária afirmou que o conteúdo comprometeu a sensação de tranquilidade e segurança entre imigrantes, provocando forte alarme social.

Oliveira já tinha passagens por crimes contra o patrimônio e era alvo de investigações antes do episódio viralizar. O jornal Público informou que ele foi denunciado por 39 advogados, que apontaram possíveis crimes de incitação ao homicídio, discriminação, ódio xenófobo, apologia pública de crime e até terrorismo.

O suspeito foi apresentado à Justiça nesta terça-feira (9), mas ainda não há decisão sobre se continuará preso ou responderá em liberdade.

O caso causou indignação na comunidade brasileira em Portugal. A influenciadora Daniele Mattos, conhecida por tratar da vida de imigrantes, afirmou que manifestações de ódio como essa têm raízes históricas.

A presidente da Casa do Brasil de Lisboa, Ana Paula Costa, classificou a fala como “perversa e criminosa”, destacando a importância da contribuição dos brasileiros ao país. “Portugal não pode deixar o ódio prosperar”, declarou.

 

Oliveira trabalhava em uma padaria em Aveiro, que anunciou sua demissão imediata. Em comunicado, o estabelecimento repudiou qualquer ato racista e ressaltou ter uma equipe formada por trabalhadores de várias nacionalidades, incluindo brasileiros, santomenses, venezuelanos e portugueses.