Carlos Guilherme, Rafael Rodrigues e Jamille Gomes | 10 de setembro de 2025 - 10h00

Falta de parquímetros no centro de Campo Grande afeta vendas, dizem lojistas

Lojistas protestam com bolo simbólico e denunciam ticket médio de R$152 antes do parquímetro, em queda para R$49, e CDL cobra retomada da rotatividade nas vagas

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Segundo a CDL, o impacto é direto nas vendas - (Foto: Jamille Gomes)

Nesta quarta-feira (10), lojistas do centro de Campo Grande realizaram um protesto com bolo e “parabéns” simbólicos para "celebrar" que já se passaram 43 meses sem funcionamento do estacionamento rotativo. Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL/CG), a ausência de parquímetros piorou o fluxo de clientes e impactou fortemente as vendas.

Comerciantes "celebraram" os 43 meses sem parquímetro - (Foto: Jamille Gomes)

Para o presidente da CDL, Adelaido Vila, a situação é preocupante. “Tínhamos um ticket médio antes da reforma que nos tomou 800 vagas de estacionamento em torno de R$152. Hoje nós estamos trabalhando com um tipo de média de R$49”, afirmou. A falta de alternância nas vagas faz com que moradores, funcionários e entregadores ocupem espaços por toda a manhã, impedindo consumidores rápidos de estacionarem e consumirem no comércio local. A consequência: queda nas vendas, perda de empresas e de postos de trabalho, ainda segundo Vila.

Adelaido: Comércio sofre queda no ticket médio e cobra retomada do estacionamento rotativo - (Foto: Jamille Gomes)

A entidade reivindica que o município retome o processo licitatório para o estacionamento rotativo. Vila afirma que diversas tentativas de diálogo com a gestão municipal foram ignoradas. "Lamentavelmente, nós estamos fazendo um bolo para comemorar um aniversário de 43 meses sem o processo licitatório do estacionamento rotativo”, lamenta. 

E não são apenas os números que preocupam. O comerciante Élcio Marconato, reforça que a falta de vagas afasta clientes: “Os clientes não estão conseguindo chegar na loja. As vagas hoje estão sendo ocupadas muito por moradores que ficam em condomínios, em prédios e até mesmo pelos funcionários das lojas”. A rotatividade é prejudicada e muitos consumidores acabam se dirigindo a outros centros comerciais com estacionamentos mais acessíveis.

“Percebemos que está tendo essa fuga dos clientes do centro”, disse. Ele destaca ainda que a situação de insegurança, com furtos e depredações, só agrava o problema de atratividade ao centro e ao comércio local.

Comerciante: Os clientes não estão conseguindo chegar na loja - (Foto: Jamille Gomes)

Para Vila, o centro é vital para a economia da cidade. "Nosso setor representa mais de 80% da economia de Campo Grande”. 

Previsão - A promessa inicial era de que os novos parquímetros começariam a operar em Campo Grande até junho deste ano, mas o prazo passou e o serviço ainda não voltou à ativa. A Prefeitura de Campo Grande continua elaborando um estudo técnico que irá definir como o estacionamento rotativo será reimplantado na cidade, sem previsão concreta para o início da operação.

Vale lembrar que no ano passado foi autorizado a criação de 6,2 mil vagas rotativas em toda a cidade. O novo plano de reativação prevê o retorno do serviço no perímetro que já funcionava até 2022, contemplando as seguintes áreas:

Avenida Calógeras

Rua Pedro Celestino

Rua Maracaju

Rua da Paz

Entorno do Fórum de Campo Grande

Outro lado - A reportagem procurou pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) que afirmou que o projeto do estacionamento rotativo na região central de Campo Grande está em fase final dos estudos técnicos.