10 de setembro de 2025 - 09h15

Coreia do Sul tenta repatriar trabalhadores detidos nos EUA, mas voo é adiado

Mais de 300 sul-coreanos foram detidos em fábrica da Hyundai na Geórgia; operação causou tensão diplomática

TENSÃO DIPLOMÁTICA
Imigrantes são detidos em fábrica localizada em Ellabell, na Geórgia (EUA) - (Foto: The New York Times)

O governo da Coreia do Sul está em tratativas com autoridades dos Estados Unidos para repatriar centenas de trabalhadores sul-coreanos detidos durante uma operação de imigração em uma fábrica da Hyundai, no estado da Geórgia. Apesar da previsão inicial, o voo fretado para o retorno não pôde decolar nesta quarta-feira (10), por uma razão não divulgada pelos norte-americanos, segundo informou o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul.

A ação migratória dos EUA ocorreu no último dia 4 de setembro e levou à detenção de 475 trabalhadores, sendo mais de 300 deles cidadãos sul-coreanos. Os detidos estavam vinculados a uma das fábricas da Hyundai, empresa que representa um dos principais investimentos da Coreia do Sul no território norte-americano.

O caso provocou reação imediata em Seul. Além do impacto na relação bilateral, a operação ocorreu em meio a uma onda de investimentos bilionários que o país asiático tem feito nos Estados Unidos. Autoridades sul-coreanas demonstraram surpresa e desconforto, já que o uso de vistos temporários para envio de trabalhadores era, até então, tolerado informalmente pelo governo norte-americano.

Após negociações, o governo sul-coreano anunciou no fim de semana um acordo para liberação dos trabalhadores, que seriam transferidos para Atlanta, onde embarcariam em um voo de retorno. A saída dos trabalhadores será classificada como “voluntária”, com o objetivo de evitar penalidades como deportações, que poderiam impedir o reingresso nos EUA por até 10 anos.