O Hamas responsabilizou nesta terça-feira (9) os Estados Unidos e Israel pelo ataque contra sua delegação negociadora em Doha, capital do Catar. Em comunicado oficial, o grupo condenou o “apoio contínuo” de Washington às operações militares israelenses na Faixa de Gaza e afirmou que a ação buscou eliminar lideranças que participavam das tratativas por um cessar-fogo.

Segundo o Hamas, a operação ocorreu justamente quando era discutida a mais recente proposta de acordo apresentada pelo presidente norte-americano Donald Trump, o que demonstraria que o governo israelense não teria interesse em avanços diplomáticos.

“Isso confirma, sem sombra de dúvida, que Benjamin Netanyahu e seu governo não desejam chegar a qualquer acordo”, declarou o grupo.

Tentativa de assassinato

O Hamas classificou o ataque em Doha como uma “traiçoeira tentativa” de assassinar os principais negociadores da facção. O comunicado afirmou ainda que seis pessoas morreram na ação, entre elas membros da segurança e familiares de dirigentes.

Apesar das baixas, o grupo disse que a delegação não foi atingida.

“Confirmamos que o inimigo fracassou em assassinar os irmãos da delegação negociadora”, informou a nota.

Soberania do Catar

Além de criticar Israel e os EUA, o Hamas afirmou que o ataque configurou uma violação direta da soberania do Catar, país que, ao lado do Egito, tem atuado como mediador nas negociações.

“O atentado é também uma agressão contra o Catar, que desempenha papel importante na mediação e nos esforços para deter a agressão e alcançar um cessar-fogo e a troca de prisioneiros”, ressaltou.

Até o momento, nem Israel nem os Estados Unidos se pronunciaram oficialmente sobre as acusações feitas pelo Hamas. O governo do Catar também não divulgou nota após o ataque, que ampliou a tensão no Oriente Médio em meio às negociações interrompidas.