09 de setembro de 2025 - 15h55

Riedel apresenta no CEBRI agenda de MS com foco em sustentabilidade e novos investimentos

Governador destacou transição agroindustrial, expansão de culturas como laranja e amendoim, e a rota bioceânica como vetor de crescimento

ECONOMIA
Governador Eduardo Riedel apresentou em evento do CEBRI a agenda sustentável e os investimentos que transformam Mato Grosso do Sul - Fotos: Wagner Pinheiro/Mapa Fotografia

O governador Eduardo Riedel apresentou, nesta segunda-feira (8), no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), no Rio de Janeiro, as perspectivas econômicas e sociais de Mato Grosso do Sul. Com o tema “Mato Grosso do Sul e a nova agenda global”, ele destacou que o Estado vive um momento de transformação, marcado pela expansão agroindustrial, sustentabilidade e novos investimentos bilionários.

Segundo Riedel, a gestão estadual estabeleceu diretrizes em quatro eixos: segurança alimentar, transição energética, inclusão social e sustentabilidade. Esse planejamento tem atraído grandes grupos privados e consolidado o Estado como referência nacional em desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental.

“Há 25 anos atrás éramos um Estado eminentemente agrícola, hoje é agroindustrial. Estamos focados nos eixos de desenvolvimento para ampliar esta industrialização, que já chegou na proteína animal, grãos para energia ou alimento, cana de açúcar para etanol e energia, além da celulose. Queremos avançar em toda a cadeia de produção para agregar cada vez mais valor”, afirmou.

Sustentabilidade como ativo econômico

O governador reforçou que o processo de expansão está alinhado ao compromisso de neutralizar emissões de carbono até 2030. Ele destacou que o crescimento agrícola ocorreu, nos últimos 15 anos, sobre áreas de pastagens degradadas, reduzindo impactos ambientais e aumentando a produtividade.

Governador durante palestra no CEBRI

Riedel defendeu que a preservação ambiental deve ser encarada também como atividade econômica.

“Tem valor e deve ser monetizado, não apenas no mercado de carbono, mas por outros instrumentos. Criamos a Lei do Pantanal, que vai punir quem não cumpre as regras, mas também remunerar quem preserva. Ela foi construída em consenso entre ambientalistas e produtores”, disse.

Novas culturas e fronteiras agrícolas

Entre as oportunidades abertas, o governador destacou a entrada de grandes grupos na produção de amendoim e laranja.
Na citricultura, a expansão foi impulsionada pela doença de greening em São Paulo, que levou empresas a investir em Mato Grosso do Sul. Hoje, já são 40 mil hectares plantados e 35 mil toneladas produzidas, com projeção de colocar o Estado entre os três maiores produtores do país nos próximos anos.

Indústria da celulose e logística

No setor industrial, Riedel citou a expansão da produção de celulose, com a fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, e novos projetos da Bracell em Bataguassu e da Arauco em Inocência. Para viabilizar o escoamento, foi concedida a chamada “Rota da Celulose”, com 870 km de rodovias.

Outra aposta é a rota bioceânica, corredor que conectará Mato Grosso do Sul ao Oceano Pacífico pelos portos chilenos.

“Está sendo construída a ponte binacional entre Paraguai e Brasil, que viabilizará a rota passando pelo Chaco paraguaio, norte da Argentina e chegando ao Chile. Ela vai reduzir em 14 dias o tempo de viagem até a Ásia. A expectativa é que esteja operacional em 2027, com obras concluídas em 2026”, explicou.

Estado em evidência

A palestra, realizada na nova sede do CEBRI em parceria com o Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças (IEPE/CdG), foi vista pelo governador como mais uma oportunidade de apresentar Mato Grosso do Sul à sociedade civil e ao setor empresarial.