O início, no entanto, não foi simples. Elano relembra a tensão com torcedores que invadiram o CT em meio à crise de resultados. “Foi uma invasão, mas no momento conseguimos conversar. Coloquei para eles que iam ter transparência dentro do trabalho. Eles sabem que eu gosto do Guarani e isso me ajudou a conquistar a confiança deles”, contou, em entrevista ao Estadão.

A confiança também se estendeu ao elenco. O ex-meia reconhece que a recuperação da equipe passa pelos jogadores. “O maior mérito dessa conquista até agora é dos atletas. Nosso trabalho fora do campo é de formiguinha, mas quem muda o ambiente são eles”, destacou.

Raízes bugrinas

Formado na base do Guarani, Elano retornou ao Brinco de Ouro em um momento de instabilidade, mas afirma viver um sonho. “Foram cinco anos na base, morando no alojamento. Eu sonhava em jogar no profissional e agora realizo isso de outra forma. Voltei para ser coordenador técnico, e isso me resgatou”, disse.

O ex-jogador, que já comandou o Santos como treinador interino em 2017, agora se dedica a construir uma metodologia própria no trabalho de formação. “A essência do Guarani sempre foi ser um clube formador. Quero melhorar a estrutura, dar condições para que mais meninos treinem no profissional e consigam realizar seus sonhos”, explicou.

Vida de coordenador

Na função, Elano destaca a importância de atuar em sintonia com o técnico. “Eu não posso ser invasivo. Preciso ter a confiança do treinador para transmitir minhas ideias e ajudar. Quando entra na parte tática, eu levo a dificuldade ao treinador e peço para ele explicar. Essa harmonia é fundamental.”

A rotina, segundo ele, também é mais leve do que a de técnico. “Eu chego cedo, acompanho treinos e a base, mas consigo jantar todos os dias com a minha família. A vida do treinador é mais imediatista, depende de resultado. Aqui eu tenho tranquilidade para pensar no longo prazo”, contou.

Próximos passos

O Guarani iniciou o quadrangular de acesso da Série C com derrota para a Ponte Preta em clássico marcado por confusão entre torcida e polícia. O time volta a campo no próximo sábado (13), contra o Náutico, nos Aflitos.

Mesmo com os desafios, Elano mantém a fé no projeto. “Nosso sonho é transformar o Guarani em um clube cada vez mais forte, conectado com sua base e sua história. O torcedor sabe que estamos trabalhando para isso.”