Eduardo Barretto | 06 de setembro de 2025 - 15h10

Banco do Brasil recua e descarta processar escritórios que orientam produtores rurais

Após pressão da OAB, presidente do BB diz que não pretende mais acionar judicialmente advogados que auxiliam em pedidos de recuperação

ECONOMIA
Presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros - Foto: Fernando Santos/BB

A presidente do Banco do Brasil (BB), Tarciana Medeiros, garantiu ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, que a instituição financeira não entrará com ações judiciais contra escritórios de advocacia que orientam produtores rurais a ingressarem com pedidos de recuperação judicial. A decisão representa um recuo em relação à posição manifestada por Medeiros no mês passado.

Na ocasião, durante entrevista coletiva, a executiva afirmou que o departamento jurídico do banco avaliava medidas contra bancas que, segundo ela, atuavam “de forma ostensiva contra o Banco do Brasil”. Medeiros argumentou que muitos agricultores buscavam a recuperação judicial sem antes tentar uma renegociação direta com a instituição.

A fala gerou reação imediata. A OAB enviou uma notificação extrajudicial à presidente do BB, alegando que a medida representava uma tentativa de criminalizar a advocacia.

“É inaceitável que, em pleno 2025, uma integrante do primeiro escalão do governo, líder de um dos maiores bancos do País, tente criminalizar o exercício legítimo da advocacia”, disse a entidade em nota.

Segundo apuração da Coluna do Estadão, Medeiros, em conversa recente com Simonetti, afirmou que não pretende violar prerrogativas da advocacia. A executiva destacou ainda que buscará discutir o tema diretamente com a OAB em vez de recorrer à Justiça contra os escritórios.

O Banco do Brasil e a Ordem dos Advogados do Brasil foram procurados, mas não comentaram o caso até a publicação desta reportagem.