O Vaticano se prepara para um momento histórico: neste domingo (7), o beato Carlo Acutis será canonizado e se tornará o primeiro santo da geração millennial. A cerimônia está marcada para as 10h (5h em Brasília), na Praça de São Pedro, e será conduzida pelo papa Leão XIV, em sua primeira canonização desde o início do pontificado, em maio.

Carlo morreu em 2006, aos 15 anos, vítima de uma leucemia fulminante. Apesar da pouca idade, deixou um legado que o tornou popularmente conhecido como padroeiro da internet, já que usava seus conhecimentos em tecnologia para evangelizar.

O papa Francisco, ainda em vida, havia destacado Carlo como inspiração para os jovens.

“Seu testemunho mostra que a verdadeira felicidade se encontra pondo Deus em primeiro lugar e servindo-O nos irmãos”, disse o pontífice ao lembrar da simplicidade e do engajamento do jovem.

Nascido em Londres, em 1991, mas criado em Milão, Carlo era apaixonado por videogames, internet e programação. Desde cedo, demonstrou forte devoção à fé católica. Aos 7 anos, fez a primeira comunhão e passou a frequentar a missa diariamente, além de se dedicar a ajudar os necessitados.

Na adolescência, criou um site para divulgar milagres eucarísticos e aparições de Maria aprovadas pela Igreja. Após sua morte, o funeral foi marcado pela presença de muitas pessoas em situação de vulnerabilidade que haviam sido beneficiadas pela sua generosidade.

A canonização só foi possível após a comprovação de dois milagres atribuídos ao jovem:

• Brasil (2013): em Campo Grande (MS), o menino Matheus Vianna, de 3 anos, foi curado de uma doença congênita no pâncreas após tocar uma relíquia de Carlo. O caso permitiu sua beatificação.
• Costa Rica (2022): a estudante Valéria Valverde, de 21 anos, sofreu um grave acidente de bicicleta em Florença, na Itália. No mesmo dia em que sua mãe rezou no túmulo de Carlo, em Assis, a jovem começou a se recuperar de forma inexplicável.

O processo para declarar alguém santo passa por quatro etapas: investigação diocesana, fase romana, beatificação (após o primeiro milagre) e, por fim, a canonização, que exige um segundo milagre comprovado. A proclamação pelo papa torna a devoção universal em toda a Igreja.