STJD reabilita três atletas após dois anos fora do futebol por manipulação de resultados
Ygor Catatau, Gabriel Neri e Romarinho voltam a atuar profissionalmente após cumprirem requisitos do CBJD; punidos na Operação Penalidade Máxima, os três obtiveram reintegração pelo STJD
RETORNO AO FUTEBOLApós mais de dois anos fora dos gramados por envolvimento em esquema de manipulação de resultados, os jogadores Ygor Catatau, Gabriel Neri e Romarinho estão oficialmente liberados para retomar suas carreiras no futebol profissional. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (5) pelo Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD), no Rio de Janeiro.
A reintegração foi concedida com base no artigo 99 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que permite a reabilitação de atletas eliminados após dois anos do trânsito em julgado da decisão, desde que cumpram uma série de exigências legais.
De acordo com o STJD, os jogadores apresentaram a documentação prevista no CBJD, como:
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Comprovante de pagamento das custas processuais
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Prova de exercício de atividade profissional ou escolar
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Declarações de pessoas de notória idoneidade no meio esportivo
O Subprocurador-geral Eduardo Ximenes se manifestou favorável aos pedidos:
“Não há outra interpretação possível senão pelo pleno cumprimento dos requisitos. É essencial que os atletas tenham a oportunidade de retomar suas carreiras.”
Ygor Catatau, que já atuou por Vasco, Vitória e outros clubes, foi representado pela advogada Ana Linhares, que entregou 18 declarações de apoio e comprovantes de sua atuação como instrutor de futevôlei durante o período de afastamento.
“Ygor está há dois anos e dois meses fora do futebol. É casado, pai de quatro filhos. O esporte é um caminho de reintegração social e profissional”, disse.
Gabriel Neri (ex-Juventude) e Romarinho (ex-Vila Nova) também tiveram suas reabilitações aceitas. Segundo o advogado Vitor Amado:
“Esses atletas reconheceram os erros, cumpriram suas penas e agora têm direito a retomar suas atividades profissionais.”
Os três atletas foram punidos no âmbito da Operação Penalidade Máxima, conduzida pelo Ministério Público de Goiás. A investigação começou após denúncia de que Romarinho teria aceitado R$ 150 mil para cometer um pênalti em partida contra o Sport, com adiantamento de R$ 10 mil. Como não foi escalado, tentou envolver colegas de time no esquema. A denúncia foi formalizada pelo então presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo.
As provas reunidas motivaram uma série de processos esportivos e penais contra jogadores envolvidos com apostas irregulares e manipulação de resultados no futebol brasileiro.