Semana da Adoção Tardia em MS reforça necessidade de quebrar preconceitos e oferecer novas famílias
Iniciativa criada por lei de Antonio Vaz busca incentivar adoções de crianças e adolescentes que ainda aguardam acolhimento no Estado
ADOÇÃO TARDIAA Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) promove nesta primeira semana de setembro a Semana de Incentivo à Adoção Tardia, instituída pela Lei 5.921/2022, de autoria do deputado Antonio Vaz (Republicanos). A proposta chama atenção para crianças e adolescentes que permanecem em abrigos por mais tempo e enfrentam maiores dificuldades para encontrar uma família.
“A adoção tardia é um gesto de amor que precisa ser cada vez mais incentivado. Muitas crianças e adolescentes aguardam por uma família, e nós não podemos permitir que eles cresçam sem essa oportunidade”, afirmou o parlamentar.
Vaz também destacou os números nacionais: mais de 5 mil crianças e adolescentes ainda aguardam por adoção no Brasil, sendo a maioria com mais de 10 anos. Ao mesmo tempo, existem mais de 30 mil pessoas cadastradas para adotar, mas grande parte busca crianças pequenas.
Além da criação da Semana de Incentivo, Antonio Vaz é autor da Lei 6.323/2024, que atualizou a norma anterior e substituiu a referência ao antigo Cadastro Nacional de Adoção pelo atual Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA). O objetivo é ampliar a transparência dos dados sobre crianças e adolescentes aptos a adoção, bem como os perfis procurados por pretendentes.
“A lei vem justamente para reforçar a importância de quebrar preconceitos e mostrar que adotar uma criança mais velha ou um adolescente é oferecer futuro, proteção e o carinho de um lar”, acrescentou Vaz.
O gestor de artes e doutor em Estudos de Linguagens, Caciano Lima, adotou cinco filhos com idades a partir de 12 anos e relatou sua experiência.
“Nunca é tarde para amar. Resolvi formar minha família com meninos de 12, 13 e 14 anos, e está tudo certo. Tenho filhos lindos, educados, e somos muito felizes. É importante dizer que nunca é tarde para se amar”, afirmou Caciano, que hoje vive com os filhos e conta com o apoio da mãe.
O termo se refere à adoção de crianças com mais de três anos, que já possuem certa autonomia e vivência social. Essa modalidade exige atenção e dedicação redobradas tanto dos adotantes quanto dos adotados, já que o processo de adaptação pode ser mais complexo. Ainda assim, especialistas reforçam que os vínculos criados são igualmente fortes e transformadores.