Seleção brasileira se prepara para enfrentar Bolívia a 4.070 metros de altitude em El Alto
Brasil encerra Eliminatórias da Copa em estádio mais alto já utilizado, em desafio contra adversário e ar rarefeito
ESPORTEDepois da vitória sobre o Chile, a seleção brasileira já se concentra no próximo compromisso: o duelo contra a Bolívia, nesta terça-feira (9), no Estádio Municipal de El Alto, localizado a impressionantes 4.070 metros de altitude. Será o jogo que marca o encerramento das Eliminatórias da Copa do Mundo, em um cenário considerado o mais extremo já enfrentado pela equipe.
Tradicionalmente, os bolivianos mandavam seus jogos no Estádio Hernando Siles, em La Paz, a 3.600 metros de altitude. A mudança para El Alto, oficializada no ano passado, tornou o desafio ainda maior para os adversários.
“A logística toda está montada em cima disso. Vamos chegar apenas três horas antes da partida, para que os atletas sofram o mínimo possível. É uma situação totalmente adversa, que muitos definem como outro esporte”, explicou Rodrigo Caetano, coordenador executivo da seleção.
A preparação especial busca amenizar o impacto da falta de oxigênio, mas jogadores e comissão técnica reconhecem o tamanho da dificuldade. O ex-goleiro Taffarel, hoje preparador da equipe, recorreu ao bom humor para falar do tema:
“Aquilo não é altitude, é quase jogar no céu. Mas já aprendemos que não podemos nos preocupar demais. Nas últimas vezes, o Brasil correu mais que os bolivianos. O jogo foi levado a El Alto justamente para dificultar ainda mais.”
O presidente da CBF, Samir Xaud, também mostrou confiança: “É uma dificuldade para qualquer time, mas o grupo está fechado, confiante e focado. Eles têm capacidade de vencer lá.”
Em campo, a mensagem é de concentração. O atacante Richarlison, que entrou no segundo tempo contra o Chile, foi direto sobre o objetivo: “É sempre difícil jogar na altitude. Já nos foi avisado no vestiário que estamos indo para ganhar o jogo.”
A seleção comandada por Carlo Ancelotti quer repetir os bons resultados recentes e mostrar que é possível superar não só o rival, mas também o adversário invisível: o ar rarefeito de El Alto.