Maria Edite Vendas | 05 de setembro de 2025 - 08h33

Warner Bros processa Midjourney por uso indevido de personagens em imagens de IA

Estúdio acusa plataforma de treinar inteligência artificial com obras protegidas, incluindo Batman, Superman e Scooby-Doo

PROCESSO
Logo da Warner Bros - (Foto: Eric Gaillard/Reuters)

A Warner Bros Discovery entrou com uma ação judicial contra a empresa de inteligência artificial Midjourney, acusando-a de usar ilegalmente imagens de personagens icônicos como Batman, Superman, Mulher-Maravilha, Pernalonga e Scooby-Doo para treinar seus sistemas de geração de fotos e vídeos.

A queixa foi apresentada na quinta-feira (4) em um tribunal federal de Los Angeles. Segundo o estúdio, a prática permitiu que a Midjourney oferecesse a assinantes imagens de alta qualidade para download, com seus personagens em “todas as cenas imagináveis”.

De acordo com a denúncia, a Midjourney tinha ciência da ilegalidade, já que anteriormente restringia usuários de gerar vídeos com imagens infratoras, mas suspendeu a medida no mês passado, divulgando a mudança como uma “melhoria”.

“A Midjourney tomou uma decisão calculada e orientada para o lucro de oferecer proteção zero aos proprietários de direitos autorais, embora soubesse do escopo impressionante de sua pirataria e violação”, afirma a Warner Bros no processo.

A Warner Bros solicita indenizações não especificadas, restituição de lucros e a suspensão imediata de novas infrações.

O caso segue o mesmo caminho de processos anteriores: em junho, a Disney e a Universal moveram ações semelhantes contra a Midjourney, acusando a plataforma de usar personagens como Darth Vader, Bart Simpson, Shrek e Ariel, de A Pequena Sereia.

Fundada em 2022 por David Holz, a Midjourney é sediada em San Francisco e atingiu quase 21 milhões de usuários em setembro de 2024, com receita estimada de US$ 300 milhões no ano passado, segundo dados apresentados pela Warner Bros na denúncia.

A empresa e seus advogados ainda não responderam aos pedidos de comentário sobre o caso.