O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (5) que qualquer envio de tropas estrangeiras para a Ucrânia antes da assinatura de um acordo de paz será tratado como provocação e que esses militares serão considerados “alvos legítimos” pelas forças de Moscou.

“Se quaisquer tropas aparecerem lá, especialmente agora enquanto os combates estão em andamento, assumimos que serão alvos legítimos”, declarou Putin durante um painel no Fórum Econômico Oriental, em Vladivostok, no extremo leste russo.

As falas do líder russo ocorreram poucas horas após líderes europeus reafirmarem apoio à criação de uma possível força de manutenção de paz na Ucrânia.

Na quinta-feira (4), o presidente francês Emmanuel Macron disse que 26 aliados de Kiev se comprometeram a enviar tropas como uma “força de apaziguamento” quando os combates terminarem. A declaração foi dada após uma reunião em Paris da chamada “coalizão dos dispostos”, formada por 35 países favoráveis ao apoio militar e político à Ucrânia.

Putin, no entanto, descartou até mesmo a presença de forças internacionais após um eventual acordo, argumentando que a Rússia cumprirá qualquer tratado assinado para encerrar a guerra iniciada há mais de três anos. Segundo ele, garantias de segurança serão necessárias tanto para Moscou quanto para Kiev.

A invasão russa à Ucrânia começou em fevereiro de 2022 e, desde então, diversas tentativas de mediação fracassaram. A guerra se prolonga sem perspectivas claras de cessar-fogo, enquanto sanções econômicas e apoio militar ocidental ampliam a pressão sobre o Kremlin.