Arauco aposta no Brasil e muda o mercado da celulose
Fábrica gigante no Mato Grosso do Sul deve gerar empregos, renda e transformar a cidade de Inocência
INVESTIMENTOSNa última quarta-feira (03 de setembro), o auditório da FIEMS, em Campo Grande, recebeu um anúncio importante: a empresa chilena Arauco vai investir US$ 4,6 bilhões para construir sua primeira fábrica de celulose no Brasil.
O projeto, chamado de Sucuriú, será feito na cidade de Inocência, no interior do Mato Grosso do Sul. A previsão é que a fábrica comece a funcionar no final de 2027. Quando estiver pronta, ela poderá produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano. Isso representa quase metade de tudo o que a empresa produz no mundo.
A Arauco é uma das maiores empresas de celulose da América Latina. Está presente no Brasil desde 2002 e vê o país como um parceiro estratégico. Charles Kimber, diretor global da empresa, disse que a relação com os brasileiros é de longo prazo e baseada no respeito. “Temos uma parceria de respeito e crescimento mútuo”, afirmou.
Mas o investimento não vai impactar apenas a produção. Segundo Theófilo Militão, diretor de sustentabilidade da Arauco, o projeto também vai ajudar a gerar empregos, qualificar trabalhadores e atrair novos investimentos para a região. “Este projeto representa mais do que uma fábrica. Ele transforma vidas”, disse.
Além do anúncio da Arauco, o evento discutiu também a Rota Bioceânica, uma estrada que vai ligar o Mato Grosso do Sul aos portos do Chile, passando por Paraguai e Argentina. A obra já está 75% pronta e deve facilitar o transporte da produção da nova fábrica, reduzindo custos e encurtando distâncias.
O ministro da Economia do Chile, Álvaro García, afirmou que o país está investindo US$ 1 bilhão para modernizar os portos de Iquique, Antofagasta e Tarapacá, preparando-se para essa nova conexão com o Brasil.
A Rodada de Negócios Brasil-Chile contou com a presença de diversas autoridades: a ministra do Planejamento do Brasil, Simone Tebet, o governador de MS, Eduardo Riedel, os governadores chilenos de Tarapacá e Antofagasta, diplomatas, prefeitos e representantes da indústria.
O governador Riedel disse que o momento é “histórico”. Já Theófilo Militão lembrou que o Brasil foi escolhido porque oferece confiança, bons parceiros e um ambiente favorável. “Escolhemos crescer aqui, juntos, neste Mato Grosso do Sul que tão bem nos acolheu”, afirmou.
Com o Projeto Sucuriú, a cidade de Inocência, que antes quase não aparecia no mapa econômico do país, agora deve se transformar em um polo global da celulose. A expectativa é que o impacto vá além da indústria: empregos, renda, qualificação de pessoas e desenvolvimento para a região.