Ricardo Eugenio | 03 de setembro de 2025 - 08h19

Senado aprova novo Código do Contribuinte com regras mais duras contra fraudes

Operação Carbono Oculto serviu de alerta para fechar brechas usadas por criminosos em esquemas bilionários

CÓDIGO DO CONTRIBUINTE
Senadores acompanham a votação em plenário. - (Foto Jefferson RudyAgência Senado)

Na noite desta última terça-feira (2), o Senado aprovou por unanimidade o novo Código de Defesa do Contribuinte. O texto, que passou de 17 para 58 artigos, promete mudar a forma como o Estado lida tanto com maus pagadores quanto com empresas que mantêm suas contas em dia.

O projeto define quem é o devedor contumaz – aquele que acumula dívidas fiscais de forma repetida e injustificada. Esse perfil de empresa, segundo o texto, prejudica a concorrência e poderá sofrer sanções como suspensão de benefícios fiscais e até impedimento para entrar em programas de recuperação judicial.

As regras ganharam força depois da Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal, que revelou esquemas de lavagem de dinheiro e adulteração de combustíveis em empresas de fachada. Para evitar repetições, o novo código amplia os poderes da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para fiscalizar a origem do dinheiro e identificar donos reais das companhias.

O texto também inclui fintechs na lista de instituições que terão de seguir normas rígidas de movimentação financeira, numa tentativa de fechar brechas usadas por criminosos.

Nem tudo, porém, é punição. O código prevê bônus de até R$ 1 milhão, redução de multas e prioridade em processos para empresas consideradas boas pagadoras. A ideia é estimular a regularidade e valorizar quem cumpre suas obrigações fiscais.

Além disso, o contribuinte passa a ter garantias expressas: ser tratado com respeito, ter acesso a processos, receber informações claras e poder recorrer de decisões. Em contrapartida, deve manter o pagamento de tributos em dia, fornecer informações corretas e seguir determinações administrativas.