O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira (28) em entrevista à Record MG que o Congresso Nacional votará, na próxima semana, a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Além disso, o projeto prevê a taxação de 10% para rendimentos acima de R$ 1 milhão anuais.

Segundo Lula, a medida visa aliviar a carga tributária para as camadas mais baixas da população, ao mesmo tempo em que ricos terão que pagar Imposto de Renda, mesmo que resistam à ideia. "Ricos não querem pagar, mas vão ter que pagar", disse o presidente.

O presidente também ressaltou a importância da reforma tributária recentemente aprovada, que, segundo ele, é “possivelmente a mais moderna de qualquer país do mundo”. Essa reforma entrará em vigor a partir de 2027 e promete transformar o sistema fiscal do Brasil. Lula afirmou que a medida possibilitará um crescimento econômico superior a 12% ao ano por vários anos, com base em projeções de institutos de pesquisa e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Lula também comemorou a aprovação de um conjunto de reformas no Congresso, agradecendo aos aliados pela articulação política que permitiu a aprovação de 99% das propostas do governo, incluindo a reforma tributária, considerada inédita para o país.

Quando questionado sobre sua ausência em Minas Gerais durante 2023, Lula comparou a situação do país ao que ele chamou de "verdadeira Faixa de Gaza". Segundo o presidente, ao assumir o governo, o Brasil estava em uma situação econômica e política devastada, sem relações internacionais e sem ministérios essenciais. "Peguei este país destruído economicamente e politicamente. Precisávamos reconstruir", afirmou.

Lula também anunciou um pacote de 31 propostas no valor de R$ 9 bilhões, incluindo R$ 1 bilhão para o metrô de Belo Horizonte. Ele ainda revelou que, na próxima semana, retornará à capital mineira para lançar o programa Gás do Povo, que irá entregar botijões de gás gratuitos às famílias mais carentes.

Lula fez questão de destacar sua ligação histórica com Minas Gerais, estado que ele considera fundamental em sua trajetória política. "Minas é mais do que visitar o Estado. Eu tenho uma relação muito forte com Minas desde a criação do PT", afirmou, lembrando suas viagens pelo estado. Ele também comparou sua relação com Minas à de outros presidentes, afirmando que apenas Juscelino Kubitschek, ex-governador do estado, fez tantas visitas quanto ele. "Minas é atípica, são várias Minas", concluiu o presidente.