27 de agosto de 2025 - 08h16

Cadillac escolhe Bottas e Pérez para sua estreia na F-1, mas sonho de piloto americano persiste

A nova equipe da F-1 anunciou sua dupla de pilotos para 2026, mas mantém os planos de incluir um americano no futuro

ESPORTE
Cadillac confirma Sergio Pérez e Valtteri Bottas como novos pilotos em 2026 - (Fotos: Divulgação/Cadillac)

A Cadillac, mais nova equipe da Fórmula 1, anunciou nesta terça-feira (26) sua dupla de pilotos para a temporada de 2026: Valtteri Bottas e Sergio Pérez. Embora o time tenha começado com o ambicioso plano de ser uma verdadeira equipe americana, incluindo um piloto dos Estados Unidos, a estratégia inicial sofreu ajustes, e o sonho de ter um piloto americano segue no horizonte.

O projeto da Cadillac teve início em 2021, liderado pelo ex-piloto Michael Andretti, com o objetivo de criar uma equipe americana na Fórmula 1. A ideia era colocar o piloto americano Colton Herta — da IndyCar — em um dos assentos, formando uma equipe 100% americana com um carro, piloto e motor dos Estados Unidos. No entanto, com a aquisição da Andretti Global pelo empresário Dan Towriss, da TWG Global, o plano passou a ser remodelado.

Towriss, durante o GP de Miami em maio, afirmou que, embora ainda houvesse o desejo de ter um piloto americano, Colton Herta não possui a Superlicença necessária para a F-1. “Herta não tem a Superlicença necessária para competir na F-1 e uma nova equipe precisa de pilotos experientes e estáveis, o que fez com que escolhêssemos outros nomes”, declarou Towriss.

A escolha de Valtteri Bottas e Sergio Pérez foi estratégica. Ambos são pilotos com grande experiência na F-1 e estão dispostos a aceitar o desafio de integrar um projeto novo, ainda distante da competitividade no grid. Pérez declarou que a motivação para ingressar no projeto foi justamente a oportunidade de fazer parte de algo novo. “Não é voltar ao grid com uma equipe regular para lutar por vitórias e pódios, é um projeto em si”, disse o piloto mexicano.

Já Bottas, atual piloto reserva da Mercedes, havia demonstrado seu interesse em voltar à F-1 através de vídeos nas redes sociais, fazendo até mesmo um tour pela Cadillac. O finlandês ressaltou que o objetivo da equipe é, antes de tudo, colocar o projeto da Cadillac em primeiro lugar. “Não precisamos provar nada para ninguém, então podemos colocar a equipe em primeiro lugar”, afirmou Bottas. Ele ainda destacou que a prioridade será o desempenho da equipe, mas com foco no longo prazo.

Apesar das escolhas de Bottas e Pérez, o sonho americano da Cadillac segue vivo. Colton Herta, que ainda tenta conquistar pontos suficientes para obter sua Superlicença, continua sendo a principal aposta para representar os EUA no futuro. A equipe de Towriss já cogita a possibilidade de transferir Herta para a Fórmula 2 para ajudá-lo a conquistar a licença necessária.

Herta, no entanto, permanece cauteloso quanto à transição para a F-1 e afirmou em entrevista à Associated Press que ainda não sabe se é a mudança que deseja, pois está muito feliz com sua equipe da IndyCar.

Enquanto isso, a Cadillac já planeja o desenvolvimento de um programa de base, com categorias de jovens pilotos e a inclusão de Sebastian e Oliver Wheldon, filhos do falecido piloto Dan Wheldon, para manter sua estratégia de longo prazo de formação de talentos.

O chefe da Cadillac, Graeme Lowdon, acredita que a equipe está no caminho certo e que a ideia de ver um piloto americano representando a equipe no futuro está mais próxima do que parece. “Sabemos, pelo feedback dos fãs, que eles adorariam ver um piloto americano em uma equipe americana com um motor americano”, afirmou Lowdon, indicando que, eventualmente, a composição ideal da equipe poderá ser alcançada.

Por enquanto, o foco da Cadillac será construir sua base com a experiência de Bottas e Pérez, enquanto o sonho de ter um piloto dos Estados Unidos na equipe continua a ser parte do plano futuro.