Os estados da Califórnia, Washington e Novo México correm o risco de perder milhões de dólares em financiamento federal se não cumprirem os requisitos de proficiência em inglês para caminhoneiros. O alerta foi feito nesta terça-feira (26) pelo secretário de Transportes dos Estados Unidos, Sean Duffy, após uma investigação apontar falhas significativas na aplicação da regra.

A exigência, que entrou em vigor em junho de 2025 por meio de uma ordem executiva do presidente Donald Trump, determina que motoristas de caminhão sejam desqualificados se não conseguirem comprovar que dominam o idioma.

Investigação após acidente fatal

A medida ganhou força após um acidente fatal na Flórida, em 12 de agosto, envolvendo um motorista estrangeiro de caminhão que fez uma conversão ilegal. O acidente resultou na morte de três pessoas. Segundo Duffy, o condutor jamais deveria ter recebido uma licença de motorista comercial, tanto por não demonstrar proficiência em inglês quanto pelo seu status de imigração irregular.

“Trata-se de manter as pessoas seguras na estrada. Suas famílias, seus filhos, seus cônjuges, seus entes queridos, seus amigos. Todos usamos a estrada, e precisamos garantir que aqueles que estão dirigindo grandes caminhões possam entender as placas de trânsito, que foram bem treinados”, afirmou o secretário.

Segurança, não política, diz Duffy

Ao comentar a pressão sobre os estados, Duffy negou motivações políticas e reforçou que a decisão está ligada à segurança viária. Para ele, caminhoneiros precisam não apenas compreender a sinalização, mas também ser capazes de se comunicar com autoridades durante fiscalizações ou em caso de acidentes.

As auditorias do Departamento de Transportes encontraram falhas nos três estados citados, que podem agora enfrentar sanções financeiras severas caso não ajustem seus processos de licenciamento.

Próximos passos

O governo federal deve emitir relatórios detalhados nas próximas semanas, e os estados terão prazo para apresentar planos de correção. Caso contrário, poderão perder parte dos repasses destinados à infraestrutura e programas de transporte.

O debate deve intensificar a disputa política em torno da ordem executiva de Trump, que já gerou críticas de setores da indústria de transportes preocupados com escassez de mão de obra, mas também recebeu apoio de grupos ligados à segurança rodoviária.