Bets movimentam R$ 17,4 bilhões no Brasil no primeiro semestre, aponta Ministério da Fazenda
Setor registrou 17,7 milhões de apostadores; média gasta foi de R$ 983 por pessoa entre janeiro e junho de 2025
ECONOMIAAs empresas de apostas de quota fixa, conhecidas como bets, movimentaram R$ 17,4 bilhões no Brasil no primeiro semestre de 2025, já descontados os prêmios pagos aos apostadores. O balanço foi divulgado nesta terça-feira (26) pelo Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA).
Segundo os dados, o gasto médio por apostador ativo no período foi de R$ 983 — cerca de R$ 164 por mês. O levantamento considera as movimentações realizadas nos sites e aplicativos das 182 empresas autorizadas a operar no país.
Perfil dos apostadores
O setor contabilizou 17,7 milhões de brasileiros apostando no período. Entre eles, 71% são homens e 28,9% são mulheres. A faixa etária mais representativa está entre 31 e 40 anos (27,8%), seguida pelos grupos de 18 a 25 anos (22,4%), 25 a 30 anos (22,2%), 41 a 50 anos (16,9%), 51 a 60 anos (7,8%) e 61 a 70 anos (2,1%).
Fiscalização e combate ao mercado ilegal
De acordo com o Ministério, os principais objetivos da SPA neste ano têm sido garantir que as empresas autorizadas cumpram a regulamentação e ampliar o combate ao mercado ilegal.
Desde outubro de 2024, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) retirou do ar 15.463 páginas de sites não autorizados de apostas.
Arrecadação recorde com tributos e taxas
O setor também impulsionou a arrecadação do governo federal. Conforme a Receita Federal, foram recolhidos R$ 3,8 bilhões no primeiro semestre em tributos como IRPJ, CSLL, PIS/Cofins, Contribuição Previdenciária, além das destinações sociais previstas na Lei 14.790/23, que estabelece a divisão de 12% da receita das bets para áreas como saúde, educação e segurança pública.
Além disso, a SPA arrecadou R$ 2,2 bilhões em outorgas de autorização pagas pelas operadoras, além de cerca de R$ 50 milhões em taxas de fiscalização.
Crescimento acelerado
Os números reforçam a rápida expansão do mercado de apostas no Brasil, que passou a ser regulamentado recentemente e já se tornou um dos setores mais lucrativos da economia digital no país. Para especialistas, o desafio agora é equilibrar a arrecadação com políticas de proteção ao consumidor, sobretudo diante do número crescente de jovens apostadores.