26 de agosto de 2025 - 10h04

MPF pede investigação sobre desaparecimento do acervo de Chico Mendes no Acre

Documentos e objetos que contam a trajetória do líder seringueiro sumiram após reforma da Biblioteca da Floresta, em 2019

ACERVO CULTURAL
ONU agraciou ambientalista com prêmio Global 500 - (Foto: Fundação Chico Mendes/Divulgação )

O Ministério Público Federal (MPF) solicitou ao Ministério Público do Acre (MPAC) a abertura de investigação sobre o desaparecimento do acervo de Chico Mendes, líder seringueiro e ambientalista assassinado em 1988.

Os documentos e objetos, considerados de valor inestimável para a memória coletiva, estavam sob a guarda da Biblioteca da Floresta, em Rio Branco, mas sumiram em 2019, após uma reforma no prédio. Em maio de 2022, parte da estrutura foi atingida por um incêndio, agravando a situação.

Segundo o MPF, a ausência do acervo representa uma “iminente lacuna na memória coletiva” e um “prejuízo concreto à coletividade”.

A representação foi assinada pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão, Lucas Costa Almeida Dias, que destacou ser atribuição do MP estadual investigar o caso.

Chico Mendes se destacou como líder sindical dos seringueiros do Acre, defendendo a preservação da floresta e melhores condições de vida para os povos da região. Sua militância, iniciada nos anos 1970, lhe rendeu reconhecimento internacional.

Ele foi assassinado em 22 de dezembro de 1988, em Xapuri (AC), aos 44 anos, vítima de tiros de escopeta disparados nos fundos de sua própria casa.

O crime teve grande repercussão mundial. O fazendeiro Darly Alves da Silva e seu filho, Darci Alves Pereira, foram condenados a 19 anos de prisão pelo homicídio.

Pouco antes de morrer, Chico Mendes havia recebido o prêmio Global 500, da ONU, por sua atuação em defesa do meio ambiente.