La Niña pode influenciar a primavera no Brasil
Fenômeno pode trazer frio mais intenso no Sudeste, chuvas acima da média no Norte e irregularidade hídrica no Sul do Brasil.
GERALO mais recente relatório da Administração Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA) apontou que a chance de formação do La Niña durante a primavera do Hemisfério Sul, que começa em 22 de setembro, subiu para 56%. A informação foi divulgada nos últimos dias pela Climatempo.
Com a atualização, o fenômeno passou para o estágio de Watch (Alerta). Segundo o documento, as temperaturas abaixo da média na superfície do Oceano Pacífico Equatorial já apresentam características típicas do La Niña.
O La Niña é caracterizado pelo resfriamento em grande escala das águas superficiais do Pacífico Equatorial, sobretudo nas regiões central e leste. Essa mudança altera a circulação atmosférica tropical, afetando ventos, pressão atmosférica e regimes de chuva.
Enquanto anos de El Niño costumam registrar temperaturas mais altas, os de La Niña tendem a ser mais frios. No entanto, os efeitos têm se tornado menos previsíveis devido às mudanças climáticas globais.
De acordo com a Climatempo, os reflexos no Brasil são sentidos especialmente no inverno e na primavera, com impactos na distribuição de chuvas e nas ondas de frio:
- Sudeste: temperaturas abaixo da média, com possibilidade de novas ondas de frio.
- Norte: chuvas acima da média, com risco de elevação do nível dos rios.
- Sul: chuvas irregulares, com prejuízos para agricultura e abastecimento hídrico.
A empresa lembra que o inverno de 2025 já registrou episódios de frio intenso, influenciados por uma “quase La Niña”, que favoreceu a entrada de massas de ar polar no Sul.
Segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para o Clima e Sociedade (IRI), da Universidade de Columbia, caso o fenômeno se estabeleça, poderá persistir até o início do verão de 2026, retornando gradualmente à neutralidade climática.