Entre janeiro e julho de 2025, os portões de saída de Campo Grande não pararam de girar. De lá, toneladas de carne bovina fresca seguiram viagem rumo à China, aos Estados Unidos e à Itália. Na mala: o nome de Mato Grosso do Sul, um superávit de US$ 54 milhões e a promessa de que a capital sul-mato-grossense pode — e quer — ir ainda mais longe.

Com mais de US$ 329 milhões exportados no semestre, Campo Grande garantiu um crescimento de 19,66% em relação ao mesmo período do ano passado. Embora não tenha rebanhos expressivos dentro de seus limites urbanos, a cidade assumiu um papel estratégico: concentrar a industrialização e o embarque de produtos de origem animal.

“A economia da cidade está preparada para acompanhar as transformações do cenário global”, afirma a prefeita Adriane Lopes. “Esse ambiente fortalece a competitividade do nosso empresariado no comércio exterior e consolida Campo Grande na vanguarda do desenvolvimento sustentável.”

Em 2024, Mato Grosso do Sul acumulou um superávit de US$ 7,1 bilhões na balança comercial. E Campo Grande respondeu por 6,68% do valor total exportado no Estado — não só com carne, mas também com produtos da cadeia agroindustrial, que passa por laboratórios, consultorias, empresas de nutrição animal, genética e sanidade. Tudo isso reforça a imagem da cidade como um polo logístico do agronegócio.

“O desempenho atual mostra que vivemos uma fase de crescimento consistente, incorporando novos produtos à pauta internacional”, diz o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ademar Silva Jr. Segundo ele, o avanço tecnológico na pecuária e a logística da Rota Bioceânica — que promete conectar Campo Grande ao Pacífico — ampliam ainda mais o potencial da cidade no cenário global.

O mapa internacional das exportações sul-mato-grossenses agora tem escalas fixas: Pequim, Nova York e Roma. E, ao que tudo indica, Campo Grande não pretende sair dessa rota tão cedo.