O que era para ser uma viagem de comemoração virou dor de cabeça. Mais de 50 estudantes do curso de Medicina da USP, em Ribeirão Preto, ficaram no prejuízo após o fechamento de uma agência de turismo em Franca, no interior de São Paulo. A perda total chega a R$ 170 mil.

Os alunos, todos do 3º ano da graduação, haviam fechado um pacote de viagem para a Bahia com a empresa Kairós Viagens & Peregrinações. O passeio estava previsto para o fim deste ano. Em julho, a agência suspendeu as atividades. Um mês depois, informou oficialmente ao grupo que a viagem estava cancelada — e que não poderia devolver os valores pagos.

A explicação veio acompanhada de um entrave bancário. Segundo a Kairós, as contas da empresa estavam bloqueadas, o que impedia a devolução do dinheiro por meio de transferências.

Uma promessa que não saiu do papel - O valor total pago pelos estudantes somava aproximadamente R$ 170 mil, a maior parte em parcelas. De acordo com nota enviada pela própria agência, cerca de R$ 50 mil já foram devolvidos por meio de estornos em cartões de crédito. O restante, no entanto, ainda não foi reembolsado.

A empresa nega má-fé. Alega que enfrenta uma “crise operacional de grande magnitude”, motivada por fatores externos não detalhados, e afirma estar tratando o caso com seriedade e transparência.

A frustração de um rito de passagem - Para estudantes de Medicina, a viagem do 3º ano é mais do que férias — é um símbolo. É o momento de trégua antes dos estágios intensivos e da reta final do curso. Por isso, a notícia do cancelamento caiu como um banho de água fria.

Muitos dos alunos já haviam se preparado financeiramente ao longo do ano para esse evento. Com a devolução parcial e a incerteza do restante, restaram grupos de mensagens, planilhas de prejuízos e discussões sobre medidas legais.

O que se sabe até agora - A Kairós Viagens & Peregrinações era conhecida na região por atuar com pacotes religiosos e excursões acadêmicas. A empresa encerrou suas atividades sem grandes alardes em julho. Em agosto, alegou problemas financeiros e operacionais para justificar o cancelamento dos contratos.

Até o momento, não há confirmação de que todos os afetados foram ressarcidos. A devolução dos valores via cartão depende das operadoras bancárias e da forma como os pagamentos foram feitos.