A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou nesta segunda-feira, 25, que a Polícia Federal intensifique a segurança no entorno da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto.

De acordo com o pedido, o reforço deve ser feito “em tempo integral”, mas sem interferir na vida cotidiana do réu ou causar incômodos aos vizinhos. Bolsonaro e outros sete acusados apontados como parte do “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado começarão a ser julgados no Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 2 de setembro.

Na semana passada, a Polícia Federal revelou que Bolsonaro foi citado em uma minuta de pedido de asilo político na Argentina, produzida em fevereiro de 2024. O documento digital, com 33 páginas, estava vinculado a Fernanda Bolsonaro, esposa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Instada pelo ministro Alexandre de Moraes, a defesa do ex-presidente afirmou que ele nunca cogitou deixar o País e que o documento não tem relação com o período em que Bolsonaro passou a ser réu.

Além do suposto pedido de asilo, a investigação da PF apontou novos descumprimentos de medidas cautelares pelo ex-presidente. Diante disso, a PGR tem até quarta-feira, 27, para se manifestar sobre a manutenção da prisão domiciliar ou eventual recomendação de prisão preventiva em regime fechado.

Segundo apuração do Estadão, a avaliação no entorno do procurador-geral da República, Paulo Gonet, é de que não houve mudanças relevantes no conjunto de provas que justifiquem uma medida mais dura neste momento. A possibilidade de uma prisão preventiva seria vista como um fator de tensão desnecessário.