A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, participou nesta segunda-feira, 25, de um encontro com mulheres ligadas à Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito. A reunião ocorreu na igreja Coletivação, em Ceilândia (DF), e faz parte da estratégia do Planalto de se aproximar do público evangélico, um dos segmentos mais resistentes ao governo Lula.

Em suas redes sociais, Janja compartilhou registros do encontro e destacou a força feminina dentro das comunidades de fé. “Mulheres são agentes de transformação em todas as comunidades que fazem parte. Hoje, pude ver de perto a força que existe quando mulheres se unem em busca de uma vida mais justa, repleta de amor e solidariedade”, escreveu.

Fundada em 2016, a Coletivação adota o lema “serviço e acolhimento” e se apresenta como uma comunidade plural. “Somos um grupo plural, de gente diferente, com corpos diferentes, pensamentos diferentes, porque Deus mora nessa diversidade”, afirma a organização em seu site.

Em publicação nas redes sociais, a Coletivação informou que Janja ouviu relatos de mulheres de diferentes congregações. “Como nossa natureza é da celebração, nós louvamos juntos, oramos e conversamos sobre possibilidades de políticas públicas pensadas para mulheres”, destacou a igreja.

O encontro em Ceilândia segue uma série de agendas da primeira-dama em outras capitais. Nas últimas semanas, Janja esteve em Manaus (AM) e Salvador (BA) em eventos semelhantes. A movimentação ocorre após aliados de Lula manifestarem preocupação com a dificuldade do presidente em conquistar apoio dentro do segmento evangélico, majoritariamente identificado com o bolsonarismo.

De acordo com o Datafolha, a rejeição a Lula entre evangélicos subiu de 50% para 55% entre junho e julho, o que reforça a importância dessa base eleitoral para a disputa de 2026.

Apesar do esforço, lideranças de maior expressão no meio evangélico têm reagido com ironia. O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec), disse ao portal Metrópoles que dá “risada” das reuniões de Janja. “Tudo arrumado com gente que não tem nenhum pingo de expressão no mundo evangélico”, afirmou.