Adriana Victorino | 25 de agosto de 2025 - 18h45

Valdemar Costa Neto compara Bolsonaro a Che Guevara em relação à transferência de votos

Presidente do PL destaca força do ex-presidente em transferir votos, mas esclarece que não fez comparação direta com o líder cubano

POLÍTICA
O ex-presidente Jair Bolsonaro, antes da decretação de sua prisão domiciliar, ao lado de Valdemar Costa Neto. - (Foto: Wilton Júnior/Estadão)

O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, fez uma comparação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o líder cubano Che Guevara, destacando a força da transferência de votos de Bolsonaro para as eleições de 2026. A declaração foi feita nesta segunda-feira, 25, em entrevista à GloboNews, após participação no evento Esfera Brasil 2025.

Segundo Valdemar, o eleitor de Bolsonaro é muito fiel, e o ex-presidente tem uma grande capacidade de transferir votos. "É inacreditável a força de transferência do voto do Bolsonaro. O eleitor dele é fiel. E essas coisas processos contra Bolsonaro na Justiça estão fazendo com que ele vire um Che Guevara", afirmou.

Ele ainda comparou o carisma de Bolsonaro ao de Che Guevara, ressaltando que a imagem do ex-presidente pode se tornar tão marcante quanto a do líder cubano. "O Che Guevara tinha um carisma como o do Bolsonaro. E ele é lembrado até hoje. Tanto que o Fidel, enquanto não pôs ele pra fora de Cuba, não sossegou. Daqui 30, 40 anos, do jeito que estão fazendo as coisas com Bolsonaro, você vai ter meninos, gente com a camiseta do Bolsonaro", afirmou.

Após a repercussão de suas declarações, Valdemar Costa Neto publicou uma nota esclarecendo que não estava comparando diretamente Bolsonaro com Che Guevara. "Que fique claro: nunca comparei Bolsonaro com Che Guevara, até porque o cubano era de esquerda e deixei isso claro. O que eu comparei foi o processo de mitificação e reafirmo: estão transformando Bolsonaro em um mártir, um mito ainda maior do que já é", afirmou na nota publicada no X (antigo Twitter) do PL.

O presidente do PL também expressou preocupação com a saúde de Bolsonaro, que está em prisão domiciliar há três semanas. Valdemar disse que, caso o ex-presidente estivesse livre, "sarava na hora", e lamentou a situação de Bolsonaro, destacando o impacto psicológico de sua prisão.

"Está muito abatido. Mas, se estivesse livre, ele sarava na hora. O estado moral dele é por causa disso", comentou Valdemar. Ele também enfatizou a relevância do ex-presidente para o cenário político e a importância de sua imagem para as eleições futuras.

Durante o evento, Valdemar afirmou que Bolsonaro tem uma grande capacidade de transferir votos, estimando que o ex-presidente poderia transferir cerca de 30% dos votos para outro candidato. Ele usou o exemplo de Baleia Rossi, dizendo que com o apoio de Bolsonaro, o candidato poderia alcançar até 39% dos votos, garantindo um lugar no segundo turno.

"Eu fiz esse teste agora de manhã, é a segunda vez que faço. A transferência dele é uma loucura, ele transfere no mínimo 30%. Quer dizer, ele já joga o camarada no segundo turno", destacou Valdemar.