Arícia Martins | 25 de agosto de 2025 - 17h13

Mercado reage positivamente a melhora das expectativas inflacionárias e recuo nas taxas de juros fut

O dólar em queda e os comentários de Tarcísio de Freitas sobre as eleições presidenciais de 2026 influenciaram o movimento de redução nos vértices intermediários e longos da curva de juros

ECONOMIA
Governador Tarcísio de Freitas onde defende corte de ministérios e medidas fiscais para modernizar o Brasil. - Foto: Pablo Jacob/Governo SP

A sessão desta segunda-feira, 25, foi marcada por um movimento de redução nas taxas de juros futuros, especialmente nos vértices intermediários e longos da curva a termo. O mercado financeiro reagiu positivamente às melhoras nas expectativas inflacionárias, um fator crucial para a política monetária e para possíveis decisões do Banco Central (BC).

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também foi destaque no cenário econômico, ao afirmar que pode disputar as eleições presidenciais de 2026. Esse comentário ajudou a moderar a curva de juros, além de reforçar o sentimento de estabilidade política.

Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI), principais indicadores dos juros futuros, apresentaram recuo no fechamento desta segunda-feira. O DI janeiro 2027 passou de 13,956% para 13,9%, enquanto o DI janeiro 2028 cedeu de 13,289% para 13,215%. O DI janeiro 2029 também registrou queda, indo de 13,268% para 13,19%, e o DI janeiro 2031 registrou 13,55%, vindo de 13,625%.

Os dados do boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, apontam uma melhora nas expectativas de inflação, com destaque para o IPCA de 2027, que passou de 4,00% para 3,97%, após um longo período de estabilidade. Flávio Serrano, economista-chefe do banco BMG, destacou que essa redução é significativa, embora modesta. Para Serrano, o Banco Central precisa garantir a âncora das expectativas para que a política monetária continue eficaz e, se essa tendência de queda na inflação se confirmar, o Comitê de Política Monetária (Copom) poderá iniciar o ciclo de corte da Selic.

A curva de juros futuros ainda aponta que as chances de um corte na Selic na reunião de dezembro permanecem em torno de 40% a 45%, mas a maior parte das apostas do mercado, cerca de 90%, se concentra em um corte para janeiro de 2024. O banco Pine, por meio de seu diretor de pesquisa econômica, Cristiano Oliveira, também mantém a projeção de que o Copom iniciará o ciclo de redução da taxa básica de juros ainda no final de 2023.

O discurso de Tarcísio de Freitas durante um evento do Grupo Esfera Brasil também influenciou o mercado financeiro. O governador de São Paulo afirmou que é preciso discutir um projeto de País para o futuro, abordando questões como inovação, segurança pública e o déficit fiscal. Esses pontos de debate são vistos como fundamentais para garantir a estabilidade econômica do Brasil nos próximos anos.

Nesta terça-feira, 26, o mercado estará atento à prévia da inflação oficial (IPCA-15). A mediana de previsões para o IPCA-15 aponta uma deflação de 0,21% para o mês de agosto, após um aumento de 0,33% em julho. Caso se confirme, essa será a primeira queda mensal do índice desde julho de 2023, embora a taxa negativa seja influenciada por fatores pontuais, como a queda nos preços de combustíveis e alimentos.