Proposta valoriza mães solo com filhos com deficiência e reconhece sua rotina de cuidados intensos
São mulheres que cuidam sozinhas de filhos com deficiência, autismo ou outras condições que exigem atenção constante
POLÍTICAUm novo projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul quer garantir um gesto de reconhecimento e apoio a um grupo que muitas vezes enfrenta a rotina em silêncio: as mães atípicas solo. São mulheres que cuidam sozinhas de filhos com deficiência, autismo ou outras condições que exigem atenção constante.
A proposta é da deputada estadual Lia Nogueira (PSDB) e prevê um benefício simples, mas simbólico. O projeto quer garantir que essas servidoras públicas do Estado possam usufruir de um dia de descanso quando o feriado cair no fim de semana. Ou seja, se o feriado for no sábado ou domingo — dias em que o descanso geralmente se perde —, essas mães teriam direito a folgar em outro dia útil.
Entenda quem tem direito - A medida vale para servidoras públicas estaduais que sejam mães solo, ou seja, sem rede de apoio familiar ou pai presente na rotina dos cuidados. Além disso, o filho precisa ter alguma condição que demande atenção especial, como deficiência física ou intelectual, transtorno do espectro autista, entre outros quadros reconhecidos por lei.
Para receber o benefício, a servidora deverá apresentar documentação que comprove a condição da criança e também a situação de responsabilidade única pelos cuidados.
Reconhecimento da exaustão invisível - Para muitas pessoas, um feriado é sinônimo de descanso. Mas para mães atípicas solo, a rotina continua — sem pausas, sem trocas, sem apoio. O projeto reconhece essa realidade exaustiva e busca oferecer um mínimo de alívio em forma de tempo.
Segundo a autora da proposta, o impacto financeiro para o Estado é quase nulo, mas o valor humano é imenso. O projeto ainda não virou lei — ele segue agora para análise das comissões e votação no plenário da Assembleia Legislativa.
Um gesto de cidadania - A proposta é também uma forma de o poder público dizer: “vemos você”. É uma tentativa de valorizar a maternidade atípica, reconhecer o esforço e dar a essas mulheres ao menos um dia de pausa, que pode significar um tempo para si, uma consulta médica, um descanso merecido.
Se for aprovada, a medida poderá entrar em vigor ainda este ano.