Brasil registra alta de casos de Covid-19 por 8 semanas consecutivas, alerta ITpS
Aumento na positividade de testes preocupa especialistas, com destaque para a faixa etária de 30 a 59 anos e a circulação de uma nova variante
NACIONALO Brasil enfrenta um aumento contínuo no número de casos de Covid-19, com oito semanas consecutivas de alta até o último sábado, 16. O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) alertou para o crescimento na circulação do Sars-CoV-2, com base nas análises de positividade de exames, que mostram uma relação crescente entre o número de testes realizados e os resultados positivos.
Nos últimos 30 dias, a positividade aumentou de 5% para 13%, com o crescimento sendo mais expressivo entre pessoas de 30 a 59 anos. O Distrito Federal lidera as taxas de positividade, com 19%, seguido por Rio de Janeiro e São Paulo, ambos com 18%. Ao mesmo tempo, outros vírus respiratórios continuam com taxas de positividade abaixo de 5%, o que coloca o Sars-CoV-2 como o vírus respiratório mais circulante no momento.
O infectologista Marcelo Otsuka, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo, destaca que, embora o aumento de casos não seja inesperado para esse período do ano, a sazonalidade do Covid-19 ainda não está totalmente definida. Segundo ele, a recomendação continua sendo manter a vacinação em dia e adotar medidas de proteção, como o uso de máscara e o distanciamento de pessoas vulneráveis, como idosos e imunodeprimidos.
Otsuka também ressaltou a importância do teste para quem apresenta sintomas respiratórios, para evitar a transmissão do vírus. "O melhor remédio é a prevenção", afirmou.
Além do aumento nos casos, o país também lida com a circulação de uma nova variante do coronavírus. A XFG, identificada no Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e Santa Catarina, foi confirmada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em julho. Essa linhagem, originária do Sudeste Asiático, já se espalhou por diversos países e foi classificada pela OMS como uma "variante sob monitoramento". No entanto, ainda são necessários mais dados para associá-la diretamente à recente alta de casos no Brasil.