Raisa Toledo | 22 de agosto de 2025 - 19h45

Temer vê popularidade de Lula, mas aponta incertezas para 2026 e defende pacificação política

Ex-presidente destaca peso do eleitorado bolsonarista nas futuras eleições e sugere candidatura de governadores moderados

EX-PRESIDENTE
Para o ex-presidente Michel Temer, "há busca de uma candidatura moderada que fuja de radicalização". - (Foto: Dida Sampaio/Estadão)

O ex-presidente Michel Temer (MDB) comentou, em entrevista ao UOL nesta quinta-feira, 21, sobre o cenário político brasileiro para as eleições de 2026. Segundo ele, embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha popularidade e prestígio, a incerteza em relação ao futuro é grande. Temer também afirmou que o eleitorado de Jair Bolsonaro (PL), embora o ex-presidente seja inelegível, terá influência na definição de uma candidatura apoiada por ele.

"Não há dúvida de que Lula tem prestígio, mas Bolsonaro também possui popularidade", afirmou. Temer destacou que, mesmo sem a possibilidade de Bolsonaro concorrer, seu apoio pode afetar o pleito. "É difícil prever o cenário para 2026 neste momento", acrescentou.

O ex-presidente também voltou a defender a pacificação política do país, observando os danos causados pela polarização. "Há uma busca por uma candidatura mais moderada, que se afaste dessa radicalização que gerou divisões internas", comentou.

Em relação aos governadores que podem se lançar como candidatos à presidência, Temer mencionou nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Júnior (PSD), Eduardo Leite (PSD), Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União), sugerindo que esses governadores, ao compartilharem ideais semelhantes, poderiam trabalhar juntos em um projeto comum antes de decidir qual deles seria o melhor representante.

Temer também abordou a crise diplomática com os Estados Unidos sobre o tarifaço e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Temer, a lei foi aplicada de maneira exagerada e sem precedentes. "A Lei Magnitsky é voltada para corruptores e violadores de direitos humanos, não é adequada para a situação de Moraes", disse o ex-presidente.