Da Redação | 22 de agosto de 2025 - 16h43

Cada vez mais gente mora sozinha em Mato Grosso do Sul

Levantamento do IBGE mostra aumento de quase 30% nos lares com um único morador no Estado

MUDANÇAS NOS LARES
A nova edição da PNAD Contínua, do IBGE, revela um aumento significativo do número de pessoas que vivem sozinhas no País, de 12,2% para 18,0%. - Foto: RossHelen/Adobe Stock

Foi nesta sexta-feira (22) que o IBGE divulgou os novos dados da PNAD Contínua. Entre os gráficos e porcentagens, um número chamou a atenção em Mato Grosso do Sul: o aumento no número de pessoas morando sozinhas. Em 2012, os lares com um único morador eram 14,2% do total. Em 2024, passaram a ser 18,3%. Um salto de quase 30% em pouco mais de uma década.

É muita gente escolhendo ou precisando viver só. O Estado aparece entre os dez com maior proporção de domicílios unipessoais do Brasil. Os perfis se multiplicam: homens de meia-idade, mulheres idosas, jovens em busca de independência. Entre os homens, a maioria tem entre 30 e 59 anos. Já entre as mulheres, mais da metade tem mais de 60.

Enquanto isso, os arranjos familiares tradicionais, com pai, mãe e filhos, diminuíram. As chamadas “famílias nucleares” ainda são maioria, mas perderam espaço. E as casas vão mudando junto com as pessoas.

O estudo mostra que mais domicílios são alugados do que antes — subiram 54% desde 2016. O número de casas próprias já pagas caiu. O telhado com laje e telha aumentou. O piso de cerâmica virou quase unanimidade. E cozinhar com energia elétrica já é comum em mais de 27% das casas do Estado.

Por outro lado, alguns hábitos resistem. O carro está em 60% das residências, a moto em um terço. Nove em cada dez casas têm geladeira, e a máquina de lavar agora está em 81% dos lares — um salto de quase 20 pontos percentuais desde 2016.

A pesquisa também revelou outras mudanças: a população de Mato Grosso do Sul está mais idosa e mais diversa. Pretos e pardos somam 59%, o maior número da série histórica. E as mulheres, que antes eram minoria, agora representam 51,4% dos habitantes.

Todos esses números desenham, aos poucos, uma nova forma de viver — com mais silêncio, mais autonomia, talvez mais solidão. Mas, para muitos, também com liberdade.