Oito cidades, uma missão: como funciona a rede Pestalozzi no Mato Grosso do Sul
Com atuação integrada e foco na inclusão, unidades da Pestalozzi no estado compartilham projetos, recursos e desafios por meio de uma federação estadual
TERCEIRO SETORNa entrevista concedida ao Giro Estadual de Notícias na manhã da sexta-feira (22), Gyselle Tannous, presidente da Pestalozzi de Campo Grande, trouxe à tona uma rede de cuidado que atravessa o estado de Mato Grosso do Sul. “Hoje temos oito unidades da Pestalozzi funcionando no estado”, disse com firmeza. “Todas atuam com a mesma filosofia, a mesma intencionalidade.”
O mapa da inclusão se estende por Campo Grande, Terenos, Jardim, Bonito, Dourados, Aquidauana, Santa Rita do Pardo e Ribas do Rio Pardo. Cidades diferentes, mas conectadas por um propósito comum: oferecer serviços gratuitos de educação, saúde e assistência social a pessoas com deficiência e suas famílias.
“Temos uma federação estadual que une essas associações”, explicou Gyselle. Ela também é a presidente dessa entidade que integra o trabalho das unidades no interior e na capital. “A federação já existe há muitos anos e tem sido essencial para organizar, orientar e fortalecer o movimento em defesa dos direitos das pessoas com deficiência.”
Essa integração não se dá apenas por afinidade institucional. Há trocas de projetos, de conhecimento, de estratégias. “Uma Pestalozzi apoia a outra. Quando temos uma ideia que dá certo numa cidade, compartilhamos com as demais.”
Além da coordenação e articulação política, a federação estadual também atua na busca por parcerias, especialmente junto ao poder público. Segundo Gyselle, o maior desafio ainda é manter o volume de serviços frente à demanda crescente. “Temos filas de espera para serviços como fonoaudiologia e psicologia. E isso não é só em Campo Grande. O interior também enfrenta essa realidade.”
Apesar das limitações de recursos, a rede estadual da Pestalozzi tem sido um ponto de apoio em cidades que, por vezes, não contam com políticas públicas efetivas de inclusão. Quando um município menor não possui estrutura própria, pacientes são encaminhados para as unidades maiores, como a da capital. “Isso é feito via pactuação entre os gestores municipais e o SUS, explicou Gyselle. “E é comum recebermos pacientes de outras regiões.”
A lógica do trabalho é simples: somar forças. “A Pestalozzi não trabalha sozinha. Ela atua com a comunidade, com voluntários, com as famílias. E a federação vem para garantir que nenhuma unidade fique isolada.”
É assim que, em meio a diferentes realidades, as oito Pestalozzis de Mato Grosso do Sul seguem oferecendo cuidado, dignidade e, principalmente, pertencimento. “Cada uma tem sua identidade local, mas todas têm o mesmo compromisso: transformar vidas com respeito e acolhimento.”