O deputado federal Zé Trovão (PL-SC) causou controvérsia em seu discurso na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 20, ao fazer uma declaração contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante sua fala, o parlamentar bolsonarista afirmou que a oposição "acabaria com a vida" de Moraes, gerando um forte rebuliço político. A fala foi feita em um contexto de defesa ao pastor Silas Malafaia, que teve o celular e o passaporte apreendidos em uma investigação da Polícia Federal.

Na tribuna, Zé Trovão criticou o STF pela ação contra Malafaia, acusando o Supremo de perseguição e alertando que o Brasil estaria se encaminhando para um desastre. Ao mencionar Moraes, o deputado disparou: "Alexandre de Moraes, presta atenção, o seu dia, o seu fim está próximo e nós vamos acabar com a sua vida."

A frase, que gerou forte repercussão, foi rapidamente corrigida pelo próprio deputado minutos depois. Zé Trovão afirmou que suas palavras não eram verdadeiras e que não pretendia destruir vidas, mas sim as "ações erradas" do ministro. "Quero corrigir minha fala sobre Moraes. Eu disse 'destruir a sua vida' e isso não é verdade de maneira nenhuma", disse o parlamentar, reafirmando que não havia intenção de incitar violência.

Em resposta, o gabinete de Zé Trovão afirmou em nota que a expressão utilizada não teve a intenção de ameaça, mas foi uma "expressão coloquial" no contexto de um debate político acalorado. O comunicado ressaltou que o deputado repudia qualquer forma de violência.

Contudo, o episódio gerou uma representação por quebra de decoro parlamentar. O deputado Rogério Correia (PT-MG) protocolou o documento na Corregedoria da Câmara dos Deputados, acusando Zé Trovão de violar o Código Penal por ameaça e comportamento incompatível com a função. Correia mencionou que o parlamentar já enfrentava outra acusação devido a um incidente ocorrido recentemente na Câmara.

O pastor Silas Malafaia, alvo da investigação da Polícia Federal, foi envolvido em diálogos com o ex-presidente Jair Bolsonaro, onde discutiam estratégias para pressionar o Judiciário e os políticos a favor de uma possível anistia. Esses diálogos têm relação com a tentativa de golpe de Estado que o STF investiga.