Luís Eduardo Leal | 21 de agosto de 2025 - 17h45

Ibovespa tem dia de cautela com giro reduzido e ações de bancos em baixa

O índice da B3 recuou ligeiramente, pressionado pelo cenário externo e pela incerteza interna, com destaque para o setor bancário e commodities

IBOVESPA
Ibovespa/representação - (Foto: Estadão)

O Ibovespa encerrou mais uma sessão com variação estreita nesta quinta-feira, 21, com diferença de menos de mil pontos entre a mínima (133.874,43) e a máxima (134.836,72, +0,13%) do dia. O índice iniciou o pregão aos 134.664,19 pontos e terminou o dia em 134.510,85 pontos, uma leve queda de 0,12%, com volume de negócios reduzido para R$ 15,5 bilhões, bem abaixo da média. Na semana, o Ibovespa acumula uma perda de 1,34%, enquanto o ganho de agosto é limitado a 1,08%. No ano, o índice da B3 sobe 11,83%.

As ações de primeira linha apresentaram um desempenho misto, com o setor bancário predominando em baixa, após uma leve recuperação no pregão anterior. As ações de commodities também seguiram caminhos distintos: Vale ON subiu 0,85%, enquanto Petrobras registrou uma leve queda de 0,09% na ON, mas um pequeno ganho de 0,23% na PN.

Na ponta positiva do índice, Braskem (+3,79%), RD Saúde (+2,01%) e Motiva (+1,92%) se destacaram. Já na parte negativa, Yduqs (-6,03%), Porto Seguro (-3,48%), Cemig (-3,19%) e Auren (-2,60%) lideraram as quedas. Entre os maiores bancos, as variações no fechamento foram de -0,86% para o BB ON e +0,11% para o Itaú PN, enquanto o BTG caiu 0,95%.

De acordo com Matheus Spiess, analista da Empiricus, o pregão foi marcado por uma cautela global, com um movimento de aversão ao risco que afetou as expectativas sobre os juros futuros no Brasil. O cenário internacional, com declarações de representantes do Fed e a expectativa para o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, no Simpósio de Jackson Hole, gerou uma revisão nas apostas de corte de juros nos EUA para setembro.

Além disso, o conselheiro econômico da Casa Branca, Peter Navarro, fez declarações polêmicas sobre Jerome Powell, acusando-o de tomar decisões para favorecer o Partido Democrata e criticando sua postura contra o presidente Donald Trump. Esse ambiente de incerteza também impactou o mercado, ampliando a pressão sobre as decisões econômicas globais.

No Brasil, o setor bancário continuou a enfrentar dificuldades devido à incerteza em relação às sanções internacionais, especialmente após a recente decisão do ministro Flávio Dino, do STF, que limitou a aplicação imediata da Lei Magnitsky dos EUA. Anderson Silva, head de renda variável da GT Capital, destacou que a tensão interna e externa afeta a confiança dos investidores, especialmente no contexto de incertezas jurídicas e políticas envolvendo figuras-chave do governo e do Judiciário.