Redação O Estado de S. Paulo | 21 de agosto de 2025 - 16h25

Presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, rebate críticas e destaca força da instituição

Em seminário, Tarciana defende a integridade do Banco do Brasil e combate fake news sobre a segurança do banco público.

DEFESA DA SOLIDEZ DO BB
Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil, defende a solidez da instituição e combate as críticas relacionadas à segurança e aos resultados financeiros do banco. - Foto: Ricardo Stuckert

A presidente do Banco do Brasil (BB), Tarciana Medeiros, se manifestou veementemente contra as críticas à solidez e integridade da instituição, afirmando que é uma "falta de responsabilidade" colocar em dúvida a segurança do banco público. A declaração foi dada durante o 1º Seminário de Governança, Riscos, Controle e Integridade, promovido pelo Ministério da Fazenda, na quarta-feira (20).

"É muita falta de responsabilidade quando algum brasileiro vem colocar em xeque a solidez, a segurança e a integridade de uma empresa como o Banco do Brasil", afirmou Tarciana, pedindo que a sociedade não acredite em fake news e que combata as mentiras. Ela enfatizou que o banco segue "forte e robusto", destacando que o BB é uma instituição de economia mista com mais de 200 anos de história, que atende a mais de 20 países ao redor do mundo.

A presidente também lembrou que o Banco do Brasil obedece não apenas à legislação brasileira, mas também às regulamentações de outros países, destacando a importância da empresa para a economia nacional. "Não estamos falando de qualquer empresa; estamos falando do maior banco público do governo federal", afirmou.

Desafios e preocupações do mercado

Na terça-feira (19), as ações do Banco do Brasil, assim como as de outros bancos brasileiros, sofreram quedas significativas após decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que leis e decisões estrangeiras não se aplicam a brasileiros no Brasil, gerando preocupação sobre a aplicação da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos. O BB, que também desempenha um papel importante no pagamento dos salários dos ministros do STF, tem sido alvo de críticas devido ao papel político da instituição.

Além disso, o banco enfrenta dificuldades com seus resultados financeiros, como revelado em seu balanço do segundo trimestre, quando o lucro caiu 60% em relação ao ano anterior. O aumento da inadimplência, especialmente entre grandes produtores rurais, levou a uma elevação das provisões para calotes, o que impactou o retorno sobre o patrimônio (ROE) do banco. O índice de ROE registrado entre abril e junho foi o mais baixo desde 2016, devido à crise do impeachment de Dilma Rousseff.

Sinalizações para o futuro

O Banco do Brasil sinalizou que o estresse financeiro observado no segundo trimestre continuará no terceiro trimestre, mas o banco espera uma recuperação nos resultados no próximo ano. Apesar das dificuldades, a presidente do BB reafirmou a solidez da instituição e sua capacidade de lidar com temas complexos e regulamentações internacionais.