Karina Ferreira | 20 de agosto de 2025 - 16h15

Senado aprova emenda sobre voto impresso, mas decisão ainda depende do plenário

Votação separada garante retorno do voto impresso, mas relator considera proposta inconstitucional

POLÍTICA
Maioria feminina em Campo Grande vai às urnas neste domingo para eleger a primeira prefeita da cidade, marcando um momento histórico na capital. - (Foto: ABrasil)

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (20), uma emenda que prevê o retorno do voto impresso nas eleições. A proposta foi aprovada por 14 votos a favor e 12 contrários. Agora, a emenda ainda precisa passar pela votação no plenário do Senado antes de seguir para a Câmara dos Deputados para eventuais ajustes.

A emenda, apresentada pelo senador Esperidião Amin (PP-SC), propõe que, após o voto ser registrado na urna eletrônica, ele seja impresso automaticamente e depositado em um local lacrado, sem que o eleitor tenha contato com o processo de impressão. A medida visa aumentar a confiança no sistema eleitoral, segundo o senador, ao eliminar dúvidas sobre a segurança e integridade do voto eletrônico.

Embora a proposta tenha gerado apoio entre alguns parlamentares, ela enfrenta forte resistência. O relator do novo Código Eleitoral, senador Marcelo Castro (MDB-PI), argumentou que o voto impresso é inconstitucional. Ele citou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2020, que declarou a obrigatoriedade da impressão de votos como inconstitucional, pois poderia comprometer o sigilo e a liberdade do voto, além de acarretar um alto custo à União.

A proposta surge em meio a uma série de alegações infundadas sobre a fraude nas urnas eletrônicas, especialmente após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. No entanto, o STF já havia rechaçado a ideia em 2015, alertando para os riscos de manipulação do sistema de votação e o custo elevado da implementação do voto impresso.

Agora, a emenda sobre o voto impresso precisa ser aprovada no plenário do Senado e, se confirmada, retornará à Câmara para revisão. Caso a proposta seja aprovada até o início de outubro, ela poderá valer para as eleições de 2026.