Na manhã desta quarta-feira (20), o Congresso Nacional instalou oficialmente a CPMI do INSS. A sigla, que muita gente lê e esquece, agora tem um alvo bem claro: investigar fraudes, pagamentos irregulares e possíveis desvios no Instituto Nacional do Seguro Social.

O pedido partiu da oposição ao governo federal e conseguiu apoio suficiente para sair do papel. A comissão é mista, com 32 parlamentares titulares — 16 senadores e 16 deputados — de diversos partidos, escolhidos conforme o tamanho das bancadas.

A presidência ficou com o senador Carlos Viana (Podemos-MG), e a relatoria com o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) — dois nomes fora do círculo próximo ao governo Lula, o que deixou o Planalto em alerta. A relatoria era disputada também pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que acabou preterido.

A instalação foi feita por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Congresso. O tom foi protocolar, mas os bastidores já indicam que a CPI pode ter efeitos políticos consideráveis.

Entre os parlamentares escolhidos, Mato Grosso do Sul terá dois representantes: a senadora Tereza Cristina (PP) e o deputado Beto Pereira (PSDB). Ambos terão assento como titulares na comissão e participarão das decisões e apurações. A presença da ex-ministra da Agricultura e do parlamentar sul-mato-grossense pode indicar que o estado acompanhará de perto os desdobramentos das investigações. Já o senador Nelsinho Trad (PSD) ficou como suplente, após ser preterido pela base do governo.

A comissão terá poder para convocar servidores do INSS, pedir documentos e promover audiências. O foco são os possíveis esquemas de fraudes em benefícios e o mau uso de recursos da Previdência — tema que afeta diretamente milhões de aposentados e contribuintes do país.

A lista dos nomes inclui figuras conhecidas como Renan Calheiros, Damares Alves, Eduardo Girão, Paulo Pimenta, Marcel van Hattem, Jorge Seif e Leila Barros.

O relatório final, que deve sair nos próximos meses, será produzido por Alfredo Gaspar. A CPI, como todas, não julga ninguém, mas pode indicar caminhos para o Ministério Público e o Tribunal de Contas.

No meio do embate político, há expectativa de que a comissão consiga apontar soluções para melhorar a gestão do INSS — órgão que lida com filas, processos demorados e milhares de pedidos travados. Para os sul-mato-grossenses que aguardam uma resposta do sistema, talvez valha torcer para que os nomes que os representam na comissão façam valer sua voz.

Integrantes da CPMI do INSS

️ Senadores titulares

️ Deputados titulares