O exército de Israel anunciou nesta quarta-feira (20) que vai convocar 60 mil reservistas e prorrogar o serviço de outros 20 mil militares antes de lançar uma nova fase de operações na Cidade de Gaza, considerada bastião político e militar do Hamas.

A decisão foi aprovada pelo ministro da Defesa, Israel Katz, e aguarda apenas a confirmação do chefe do Estado-Maior para entrar em vigor nos próximos dias. Segundo autoridades militares, a mobilização representa a maior convocação em meses e terá impacto direto na economia e na política interna de um país com menos de 10 milhões de habitantes.

Preparação para ofensiva em zonas críticas

Um oficial militar israelense, sob anonimato, afirmou que as tropas devem avançar em áreas da Cidade de Gaza onde ainda não houve presença militar e onde se acredita que o Hamas esteja reagrupando forças.

Atualmente, militares israelenses já operam em Zeitoun e em Jabaliya, um dos maiores campos de refugiados do norte da Faixa de Gaza, preparando terreno para a ofensiva ampliada.

O foco principal da nova fase será a extensa rede de túneis subterrâneos utilizada pelo Hamas. Apesar das perdas sofridas em sua liderança, o grupo ainda executa ataques e lançou recentemente foguetes contra território israelense.

Contexto humanitário e político

A mobilização ocorre em um momento delicado. Nos últimos dias, centenas de milhares de israelenses protestaram pedindo um cessar-fogo, enquanto negociadores internacionais tentam intermediar um acordo entre Israel e o Hamas para encerrar 22 meses de combates.

Na Faixa de Gaza, a situação humanitária segue crítica: mais de 2 milhões de residentes foram deslocados, muitas cidades foram reduzidas a escombros e a população enfrenta ameaça de fome generalizada, segundo grupos de direitos humanos e agências internacionais.

Líderes globais têm alertado que uma ofensiva ampliada na Cidade de Gaza pode agravar ainda mais o quadro de destruição e deslocamento em massa.

Próximos passos

Ainda não há data confirmada para o início da operação, mas fontes militares sugerem que pode ser uma questão de dias. A mobilização em larga escala sugere que Israel pretende pressionar o Hamas em um dos últimos redutos significativos no norte da Faixa de Gaza.