Lavrov diz que segurança da Ucrânia não pode ser discutida sem participação da Rússia
Chanceler russo critica negociações entre EUA e europeus e afirma que Moscou garantirá seus "interesses legítimos com firmeza e rigor"
GEOPOLITICAO ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, declarou nesta quarta-feira (20) que qualquer negociação sobre segurança coletiva na Europa não pode ser feita sem a participação de Moscou. Em coletiva de imprensa, o chanceler reagiu às discussões em andamento entre Estados Unidos e aliados europeus sobre garantias de segurança para a Ucrânia.
“Discutir seriamente questões de segurança sem a Rússia é uma utopia. É um caminho para lugar nenhum”, afirmou. Segundo Lavrov, o Ocidente já estaria reconhecendo essa necessidade.
Defesa dos interesses de Moscou
Lavrov insistiu que a Rússia não deixará de proteger seus objetivos estratégicos. “Não exageramos nossos interesses, mas garantiremos nossos interesses legítimos com firmeza e rigor”, disse.
O chanceler também acusou países ocidentais de priorizar slogans em defesa de um cessar-fogo imediato, sem enfrentar o que considera as causas profundas do conflito. Para ele, o fornecimento contínuo de armas à Ucrânia mantém a guerra ativa.
Críticas a Macron e elogios indiretos aos EUA
Em sua fala, Lavrov mencionou declarações recentes do presidente francês, Emmanuel Macron, que defendeu apoio contínuo à Ucrânia. O russo classificou a posição francesa como “aventureira e confrontacional”.
Por outro lado, ele disse ver uma postura “mais responsável” em Washington: “É bom que esta posição não encontre compreensão no atual governo americano, que está tentando mergulhar na essência dos problemas e ajudar a eliminar as causas profundas da crise”.
Contexto internacional
A fala de Lavrov ocorre em meio a esforços diplomáticos do Ocidente para reforçar a segurança ucraniana sem ceder a Moscou. A Rússia, por sua vez, insiste em participar diretamente de qualquer discussão sobre a arquitetura de segurança europeia, reivindicando influência sobre os rumos da guerra que já ultrapassou dois anos.