Redação | 20 de agosto de 2025 - 12h27

Gerson Claro apresenta balanço de missão de MS à Ásia e defende fortalecimento da imagem do Estado

Deputado destacou potencial em energia limpa, soja e pecuária sustentável, mas criticou "autossabotagem" na divulgação internacional do Brasil

MISSÃO ÁSIA
Claro classificou com saldo positivo a apresentação de Mato Grosso do Sul para o mundo - (Foto: Wagner Guimarães)

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), deputado Gerson Claro (PP), apresentou nesta quarta-feira (20) um balanço da missão internacional liderada pelo governador Eduardo Riedel entre os dias 4 e 16 de agosto. A comitiva visitou Índia, China e Singapura em busca de investimentos e novas parcerias comerciais.

Segundo Gerson, a viagem mostrou que o Estado ainda é pouco conhecido em grandes empresas e embaixadas estrangeiras. “Levamos material destacando a transição energética, a verticalização da produção, a produtividade da soja, o compromisso com o carbono neutro até 2030 e a segurança alimentar”, afirmou.

Entre os dados levados ao exterior, Gerson destacou a redução da área de pecuária de 20 milhões para 16 milhões de hectares em 15 anos, mesmo com o aumento do rebanho e da produção; a produtividade da soja; e o baixo índice de desemprego no Estado, que está em 2,9% desde 2012.

“Apesar de a agenda ter sido construída antes do tarifaço dos Estados Unidos, o tema foi inevitável. A imagem vendida do Brasil e de MS ainda é de aftosa, desmatamento e carne de baixa qualidade. Conseguimos desconstruir essa visão e mostrar outra realidade a grandes empresas e embaixadas”, disse.

O parlamentar também criticou a pouca visibilidade dada a iniciativas positivas, como a Lei do Pantanal, aprovada pela ALEMS. “Se houvesse queimadas neste período de seca, a repercussão seria enorme. Mas quando temos chuvas e não há incêndios, nada é mostrado. É autossabotagem”, lamentou.

O deputado Pedrossian Neto (PSD) reforçou a crítica e sugeriu a criação de uma agência estadual de promoção de exportações, nos moldes da ApexBrasil. “Há grupos organizados em contato com o exterior para destacar apenas notícias ruins. Inovações como o Código Florestal, referência mundial, quase nunca aparecem. Precisamos fortalecer nossa imagem e atrair investimentos com mais profissionalismo”, defendeu.

O deputado Pedro Kemp (PT) destacou a relevância da Ásia no cenário internacional. “Existe um mundo além dos Estados Unidos. O tarifaço de Trump mostrou que o império norte-americano está em decadência. Quem está em ascensão são a China, a Índia e os países do BRICS, que terão um futuro brilhante se souberem se posicionar com soberania”, afirmou.

Ao encerrar o balanço, Gerson Claro reforçou que a diplomacia comercial deve estar desvinculada de disputas políticas. “Relacionamento comercial não pode ser ideologia. Precisamos vender para a China, fortalecer os BRICS e, sobretudo, buscar aquilo que melhora a vida da população brasileira”, concluiu.