Fabio Grellet | 20 de agosto de 2025 - 13h15

O que se sabe sobre o caso do cavalo que teve as patas cortadas em Bananal

Caso ganhou repercussão após vídeo viralizar nas redes sociais; artistas como Ana Castela, Paolla Oliveira e Luisa Mell se manifestaram contra a crueldade

VIOLENCIA ANIMAL
"Estão me julgando, eu não sou um monstro", diz Andrey, que confessou ter mutilado cavalo com facão no interior de SP. - Foto: Reprodução/TV Vanguarda

Um ato de extrema violência contra um cavalo na cidade de Bananal (SP) chocou o país no último sábado (16). Um vídeo que circulou nas redes sociais mostra Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos, usando um facão para decepar as patas do animal, que estava deitado e aparentemente exausto. O caso é investigado pela Polícia Civil e pela Polícia Militar Ambiental.

A cena, registrada por um amigo do agressor, causou forte indignação e levou celebridades e ativistas a se manifestarem contra a crueldade. Ana Castela, Paolla Oliveira e a defensora dos direitos dos animais Luisa Mell publicaram mensagens cobrando punição.

Como ocorreu o caso

Segundo relato à polícia, Andrey e o amigo Dalton Oliveira saíram para cavalgar na zona rural de Bananal. Andrey montava o animal pela primeira vez e percorreu cerca de 15 quilômetros, a maior parte em subidas. Por volta das 17h, o cavalo parou, deitou no chão e parecia ter dificuldades para respirar.

Em entrevista à TV Vanguarda, Andrey alegou que estava embriagado e acreditou que o animal havia morrido. Antes de golpear, teria dito ao amigo: “Se você tem coração, melhor não olhar”. Em seguida, usou um facão para cortar as patas do cavalo e desferiu outros golpes.

Após o crime, o corpo do animal foi amarrado a um carro e arrastado por cerca de 750 metros até ser jogado em uma vala.

Perícia em andamento

Veterinários foram acionados para analisar o corpo e tentar determinar se o cavalo ainda estava vivo quando sofreu a mutilação. Uma primeira vistoria foi feita na terça-feira (19), mas a posição em que o corpo foi encontrado dificultou a avaliação. Uma nova perícia está programada para esta quarta-feira (20).

A definição desse detalhe será importante para o enquadramento penal do caso.

O que diz a lei

De acordo com a Lei de Crimes Ambientais, a pena para maus-tratos a animais é de até um ano de prisão. Caso o animal morra em decorrência da violência, a punição pode ser ampliada em até um terço, chegando a um ano e quatro meses.

Declaração do acusado

Andrey afirmou em entrevista que estava alcoolizado e que se arrepende.
“Não foi uma decisão, foi um ato de transtorno. Estava com álcool no corpo. Não é culpa da bebida, é culpa minha. Reconheço os meus erros”, disse.

O jovem disse ainda ter sido injustamente acusado de ter cortado as quatro patas com o cavalo em movimento. “Estou totalmente arrependido dessa crueldade que eu fiz”, concluiu.

Repercussão em Bananal

A Prefeitura de Bananal repudiou o caso em nota oficial. “A Prefeitura repudia qualquer ato de crueldade contra os animais e reforça seu compromisso em zelar pelo bem-estar de todos, trabalhando em conjunto com os órgãos competentes para que casos como este não fiquem impunes.”

Comoção nacional

O episódio ganhou grande repercussão nas redes sociais. Além das manifestações de famosos, milhares de usuários cobraram punição rigorosa. A ativista Luisa Mell classificou o crime como “barbárie”. Já a cantora Ana Castela publicou mensagem de indignação, enquanto a atriz Paolla Oliveira destacou a urgência de leis mais rígidas contra crimes de maus-tratos.