O São Paulo conquistou na noite desta terça-feira (19) uma classificação dramática para as quartas de final da Copa Libertadores, ao vencer o Atlético Nacional nos pênaltis, após empate por 1 a 1 no tempo normal. O resultado, além de encerrar um histórico incômodo contra os colombianos, trouxe um alívio financeiro imediato: a vaga rendeu ao clube US$ 1,7 milhão (cerca de R$ 9,3 milhões) em premiação da Conmebol.

Com esse montante, o Tricolor atinge a meta orçamentária traçada para 2025, o que evita repetir os déficits sofridos em outras competições nesta temporada. Até agora, a campanha na Libertadores já proporcionou ao clube aproximadamente R$ 40 milhões, somando as cotas recebidas na fase de grupos, as vitórias conquistadas e o avanço até as oitavas.

O resultado é especialmente importante porque o São Paulo já havia ficado aquém do esperado em dois torneios nacionais. No Campeonato Paulista, a eliminação na semifinal deixou de render um bônus de R$ 1,5 milhão. Na Copa do Brasil, a queda diante do Athletico-PR nas oitavas representou a perda de outros R$ 4,7 milhões em premiações. Somados, os dois insucessos geraram um rombo de R$ 6,2 milhões em relação ao que havia sido projetado.

Com a Libertadores, a gestão de Julio Casares ganha fôlego para manter o equilíbrio das contas no curto prazo, mesmo em meio ao cenário de dificuldades financeiras.

Apesar do respiro com a premiação, o clube ainda enfrenta uma situação crítica fora de campo. No ano passado, o São Paulo fechou o balanço com déficit de R$ 287 milhões e a dívida total atingiu R$ 968,2 milhões, a maior já registrada na história da instituição.

A classificação às quartas ajuda a amenizar o impacto de mais uma temporada irregular em termos de arrecadação, mas está longe de resolver os problemas estruturais do clube, que segue precisando de receitas extraordinárias, como vendas de jogadores e novas classificações em torneios internacionais.

O caso do São Paulo evidencia a dependência cada vez maior dos clubes brasileiros em relação às premiações da Conmebol. Além da importância esportiva, avançar na Libertadores significa reforçar o caixa e reduzir a pressão sobre as dívidas. Para o Tricolor, que mantém as mesmas metas orçamentárias do ano passado, cada fase avançada é crucial para manter a máquina funcionando.

No campo esportivo, a vitória nos pênaltis diante do Atlético Nacional também tem peso simbólico. Em confrontos anteriores, os colombianos já haviam eliminado o São Paulo em momentos decisivos, como nas semifinais da Libertadores de 2016. Desta vez, a equipe de Luis Zubeldía conseguiu mudar a escrita e segue viva na disputa continental.