Levy Teles | 20 de agosto de 2025 - 09h50

Câmara abre debate para criar lei de proteção integral a crianças e adolescentes

Comissão geral discute proposta de projeto com foco em combater abusos, regular redes sociais e criar punições mais duras contra a exploração infantil

ADULTIZAÇÃO
Após denúncia de Felca sobre exploração infantil nas redes, Hugo Motta anuncia votação de projetos de proteção a menores nesta semana. - (Foto: REPRODUÇÃO)

O Congresso Nacional abriu nesta quarta-feira (20) um debate considerado histórico para a criação de um projeto de lei voltado à proteção integral de crianças e adolescentes, especialmente em ambientes digitais. A iniciativa foi conduzida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que definiu a proposta como um marco civilizatório e moral.

“Esta Casa tem a chance de escrever uma página histórica, de construir a lei que vai blindar a infância brasileira contra a exploração, violência e abuso”, afirmou o parlamentar ao abrir os trabalhos da comissão geral que reúne representantes de partidos, governo, oposição, big techs, órgãos públicos e organizações da sociedade civil.

O evento composto por 37 palestrantes indicados por diferentes setores — servirá de base para a criação de um Grupo de Trabalho (GT) responsável por redigir o que Motta promete ser “o mais avançado e efetivo projeto de lei de proteção à infância já apresentado no Brasil”.

Entre os temas discutidos, estão:

A expectativa é de que, ainda nesta quarta-feira, o plenário da Câmara vote um projeto de lei com medidas práticas contra a exploração sexual de crianças e adolescentes na internet, incluindo:

O texto tem apoio do governo federal e do Centrão, mas enfrenta resistência da oposição, que teme excessos regulatórios e restrições de liberdade online.

Hugo Motta reforçou que a pauta é “acima de partidos” e dever cívico de toda a sociedade. “Proteger nossas crianças não é pauta de partido, é obrigação moral de qualquer pai, qualquer mãe”, frisou.

O evento marca o início de uma jornada legislativa que, segundo os organizadores, deve resultar em uma proposta robusta e com amplo respaldo institucional e técnico para enfrentar um dos maiores desafios do século: a segurança de crianças no ambiente digital e a repressão à exploração infantojuvenil.