Trump pede renúncia de diretora do Fed após denúncia de fraude hipotecária
Republicano critica Lisa Cook em meio a acusação de que ela teria declarado duas residências principais para obter empréstimos imobiliários
ECONOMIAO presidente dos Estados Unidos Donald Trump pediu, nesta quarta-feira (20), a renúncia imediata de Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed), após ela ser alvo de uma denúncia de fraude hipotecária. A declaração foi feita por Trump em uma publicação na rede Truth Social, poucas horas após o bilionário William Pulte, presidente do conselho da Agência Federal de Financiamento Habitacional dos EUA (FHFA), tornar pública a acusação.
Segundo Pulte, Lisa Cook teria fraudado documentos ao declarar dois imóveis distintos como sua residência principal, com apenas duas semanas de diferença. O primeiro, um condomínio fora do estado, foi designado como residência principal por Cook logo após ela ter financiado uma casa em Michigan com a mesma classificação. “Quando alguém comete fraude hipotecária, prejudica a fé e a integridade do nosso sistema. Não importa quem você é: ninguém está acima da lei”, escreveu Pulte na rede X (antigo Twitter).
A acusação, que consta em uma denúncia criminal, ainda não foi confirmada por autoridades judiciais ou pelo próprio Fed. Cook, que é uma das integrantes com direito a voto nas decisões de política monetária do banco central americano, não comentou publicamente as acusações até o momento.
O posicionamento de Trump ocorre em meio a uma crescente pressão política sobre o Federal Reserve. O republicano tem feito campanha por uma redução agressiva nas taxas de juros, criticando membros do Fed que defendem a manutenção da política monetária restritiva.
Na última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), realizada no fim de julho, Lisa Cook votou pela manutenção dos juros, contrariando os interesses de Trump. A decisão foi alinhada com a maioria do comitê, diante de uma economia ainda resiliente e da inflação acima da meta de 2% ao ano.
Cook foi nomeada por Joe Biden em 2022 e se tornou a primeira mulher negra a integrar o conselho do Fed. Sua nomeação foi cercada de resistência de senadores republicanos, o que torna a nova controvérsia ainda mais sensível no contexto eleitoral e político dos EUA.