Redação | 20 de agosto de 2025 - 07h30

Aprovação de Lula sobe a 46% com alta no Nordeste e entre beneficiários do Bolsa Família

Pesquisa Genial/Quaest mostra que avaliação positiva do presidente cresce pelo segundo mês; desaprovação ainda é maioria, com 51%

Opinião pública
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - (Foto: Wilton Junior/Estadão)

A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu pela segunda vez consecutiva e chegou a 46%, de acordo com a nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (20). Apesar da melhora nos índices, a desaprovação ao governo segue maior, com 51%, embora tenha recuado dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais.

Os dados indicam uma recuperação gradual de imagem, principalmente entre eleitores do Nordeste, beneficiários do Bolsa Família e pessoas com mais de 60 anos. A pesquisa foi feita com 12.150 pessoas, entre os dias 13 e 17 de agosto, e tem nível de confiança de 95%.

O Nordeste foi a única região onde Lula aparece com aprovação superior à desaprovação. O índice positivo subiu de 53% para 60%, enquanto a desaprovação caiu de 44% para 37%, a melhor marca do presidente na região em 2025.

Na região Sul, a aprovação subiu de 35% para 38%, mas a desaprovação permanece alta, em 61%. No agrupamento das regiões Centro-Oeste e Norte, houve leve melhora: 44% de aprovação (antes eram 40%) e queda na desaprovação, de 55% para 53%.

Já no Sudeste, a oscilação foi dentro da margem de erro. A aprovação passou de 40% para 42%, e a desaprovação caiu um ponto, ficando em 55%.

Entre os beneficiários do Bolsa Família, Lula recuperou o apoio perdido nos primeiros meses do ano. Em julho, a aprovação havia caído para 50%. Agora, voltou a 60%, mesmo índice do início de 2024. Entre quem não recebe o benefício, a aprovação é menor, de 43%.

No recorte por idade, o destaque é o avanço entre os eleitores com 60 anos ou mais, onde Lula passou de 48% para 55% de aprovação, e viu sua desaprovação cair de 46% para 42%. A melhora também é observada entre os jovens de 16 a 34 anos, mas, nesse grupo, a desaprovação ainda supera a aprovação: 54% contra 43%.

Em julho, entre os mais jovens, a diferença era maior: 58% reprovavam e apenas 38% aprovavam.

Segundo o cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest, a melhora na avaliação de Lula é resultado de uma combinação de fatores econômicos e políticos. “A percepção do comportamento do preço dos alimentos trouxe alívio às famílias e reduziu a pressão sobre o custo de vida”, afirmou.

Além disso, a postura firme do presidente diante da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras também foi bem recebida. Para Nunes, isso reforçou a imagem de um presidente que "reage a desafios externos e defende os interesses do país".

Esse movimento também foi captado na pesquisa: 48% dos eleitores acreditam que Lula e o PT estão lidando melhor com a crise das tarifas norte-americanas. Já 28% apontaram Bolsonaro e seus aliados como os mais adequados, enquanto 15% disseram "nenhum dos lados" e 9% não souberam responder.

A percepção dos eleitores sobre os preços dos alimentos também apresentou mudanças. Agora, 18% dizem que os preços caíram, um avanço expressivo em relação aos 8% registrados anteriormente. A maior parte, 60%, ainda acredita que os preços subiram — porém, esse número já foi maior (76%). Outros 20% afirmam que os preços se mantiveram estáveis.

Mesmo com os avanços em alguns grupos e regiões, a avaliação geral do governo Lula ainda é mais negativa do que positiva. Para 39% dos entrevistados, a gestão do petista é ruim ou péssima. Outros 31% avaliam como positiva, e 27% consideram regular. Apenas 3% não souberam ou não quiseram responder.

Em relação ao levantamento anterior, houve melhora: em julho, eram 40% de avaliação negativa, 28% de positiva e 28% regular.