Levy Teles | 19 de agosto de 2025 - 16h35

PP e União Brasil oficializam União Progressista, maior federação do País

PP e União Brasil formam federação com maior bancada no Congresso e sete governadores, enquanto líderes divergem sobre papel de oposição

ELEIÇÕES 2026
Tereza Cristina será a líder da federação em MS - (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O PP e o União Brasil formalizaram nesta terça-feira (19), em Brasília, a criação da União Progressista, a maior federação partidária do país. Com 109 deputados, 15 senadores e sete governadores, o grupo ainda não definiu claramente se se posicionará como oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que o bloco não é “situação nem oposição”. Já Ciro Nogueira (PP) chamou a federação de “oposição conservadora” e garantiu que o grupo sairá do governo federal “o mais rápido possível”.

“Não é um movimento de oposição e situação. Foi um movimento de política com 'P' maiúsculo com o olhar voltado para o futuro do Brasil”, disse Alcolumbre.

Lideranças defendem candidaturas e crítica a Lula - Durante o evento, governadores aliados e pré-candidatos à Presidência reforçaram o tom crítico a Lula. Entre eles, Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Ibaneis Rocha (DF). Caiado cobrou uma posição firme da federação para derrotar o atual presidente em 2026:

“Partido tem que ter rumo, partido tem que voz clara. É preciso lançar candidato e deixar claro que a posição é derrotar Lula”, afirmou.

Ao mesmo tempo, alguns membros da federação permanecem ligados a cargos no governo, como André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo). Fufuca declarou que seu voto pessoal é de Lula, mostrando o caráter dividido do grupo.

A União Progressista terá 1.383 prefeitos, além da maior bancada na Câmara e no Senado. Também ficará com a maior parcela do fundo eleitoral (R$ 953,8 milhões) e do fundo partidário (R$ 197,6 milhões), consolidando força política e financeira para as eleições de 2026.

A federação enfrenta contradições locais: em estados como Bahia e Paraíba, o PP integra o governo, enquanto o União Brasil está na oposição. O estatuto da federação prevê que, em caso de conflito, o diretório nacional decide sobre candidaturas majoritárias.

Alguns deputados admitem que podem deixar a federação dependendo das definições estaduais, e decisões mais definitivas devem ocorrer apenas na janela partidária, em abril de 2026.

O evento marcou a formalização política da federação, mas a inscrição no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda precisa ser concluída. A União Progressista já se apresenta como um bloco estratégico para as eleições de 2026, com capacidade de disputar a Presidência, governanças estaduais e cargos legislativos.

“A gente pode celebrar a junção de excelentes quadros. O Brasil conta com vocês”, afirmou Tarcísio de Freitas durante a cerimônia.