Bolívia vive novo cenário político com a ausência do MAS e novas alianças no Congresso
Partido Democrata Cristão (PDC) conquista maioria no Senado e na Câmara, enquanto a fragmentação partidária exige acordos para garantir governabilidade
MUNDOApós as eleições gerais de domingo, 17, a Bolívia viu uma configuração inédita no Congresso, com a ausência do Movimento ao Socialismo (MAS), partido que governou o país por 20 anos. O MAS, que teve Evo Morales e Luis Arce à frente, não conquistou cadeiras nem no Senado nem na Câmara dos Deputados, permitindo o surgimento de novas forças políticas e alianças no país.
Segundo dados da Captura Consulting SRL para o jornal El Deber, o Partido Democrata Cristão (PDC), liderado por Rodrigo Paz, tornou-se a maior força no Senado, com 15 senadores, seguido pela Aliança Liberdade e Democracia (Libre), de Jorge Quiroga, que elegeu 12 senadores. A aliança Unidade, de Samuel Doria Medina, conquistou oito cadeiras, e outras forças políticas, como a Aliança Popular de Manfred Reyes Villa (APB-Súmate) e o MAS, não conseguiram representação no Senado.
A fragmentação do poder no Congresso se reflete na Câmara dos Deputados, onde o PDC obteve 51 cadeiras e a Aliança Livre, 43. Nenhum partido alcançou a maioria absoluta de 66 cadeiras, o que significa que tanto no Senado quanto na Câmara, os partidos precisarão de acordos para garantir a governabilidade e a aprovação de leis.
Com a ausência do MAS, o PDC se coloca como principal força parlamentar e terá o poder de propor o próximo presidente do Senado. No entanto, para assegurar a aprovação de leis e reformas, será necessário negociar com outras forças políticas, já que, em alguns casos, são necessários dois terços dos votos, além da maioria simples.
A Bolívia se prepara agora para o segundo turno das eleições presidenciais, marcado para 19 de outubro, entre Rodrigo Paz (PDC) e Jorge Quiroga (Aliança Livre). O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) deve oficializar a convocação para a segunda rodada no dia 31 de agosto, dando início à campanha eleitoral.
A nova configuração política no país marca uma mudança significativa, com a fragmentação partidária exigindo maior negociação e colaboração entre as forças políticas para garantir a governabilidade e enfrentar os desafios do próximo período.