Lula e Noboa defendem cooperação contra crime organizado e ampliam laços comerciais e de segurança
Em reunião no Palácio do Planalto, líderes destacam combate conjunto ao narcotráfico e à criminalidade, além de acordos para impulsionar o comércio bilateral
MUNDOOs presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Daniel Noboa, do Equador, se reuniram nesta segunda-feira, 18, no Palácio do Planalto, para fortalecer os laços entre os dois países, destacando a necessidade de unir esforços no combate ao crime organizado na América Latina. Durante o encontro, ambos ressaltaram que as divergências ideológicas devem ser deixadas de lado, com foco em ações conjuntas para enfrentar desafios regionais, incluindo a criminalidade em presídios.
Lula, ao comentar sobre as relações com o Equador, afirmou que o Brasil valoriza a autonomia e a diversificação de parcerias. "Os laços com o Equador e com os demais países sul-americanos são prioridade para nós", disse o presidente brasileiro. Ele também mencionou que as discussões ideológicas ficaram no passado, com Noboa defendendo uma maior integração entre os países da região.
Os dois presidentes destacaram a importância de coordenar ações de segurança pública, com o Brasil disposto a colaborar ainda mais com o Equador. Lula anunciou o envio de um adido da Polícia Federal para Quito e a ampliação da cooperação em áreas como combate ao tráfico de armas e contrabando, além de operações conjuntas nas prisões. "Somente agindo juntos conseguiremos combater as redes criminosas que afetam toda a América do Sul", afirmou Lula.
Noboa, por sua vez, destacou os problemas de segurança enfrentados pelo Equador, com uma taxa de homicídios que, em 2023, chegou a 46 por 100 mil habitantes, a maior da América Latina. Ele falou sobre os desafios comuns que o país enfrenta, como o narcotráfico e a mineração ilegal, e defendeu a troca de informações e o fortalecimento das vias de interligação comercial, incluindo a melhoria das rotas entre o Brasil e os portos equatorianos.
Além disso, os presidentes discutiram questões comerciais, com Lula se comprometendo a reduzir barreiras para produtos equatorianos. O Brasil, que exporta principalmente veículos, máquinas e medicamentos para o Equador, deve ampliar as compras de produtos como banana e camarão do país vizinho. O mercado brasileiro será reaberto para a banana desidratada e, até o final do ano, será concluída a análise de risco para a importação de banana in natura.
Ao final, ambos reforçaram a importância de manter um diálogo aberto e construtivo para o crescimento mútuo e a estabilidade da região, além de demonstraram interesse em fortalecer a cooperação em segurança, comércio e infraestrutura.