Daniel Tozzi Mendes e Francisco Carlos de Assis | 18 de agosto de 2025 - 18h30

Haddad rebate críticas sobre protecionismo e defende parceria no comércio internacional

Ministro da Fazenda destaca avanços do Brasil na redução de tarifas e a importância de acordos bilaterais

ECONOMIA
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. - (Foto: WILTON JUNIOR)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se posicionou contra afirmações publicadas na imprensa que sugerem que o Brasil ainda mantém uma postura protecionista. Em entrevista nesta segunda-feira, 18, Haddad rebateu essas críticas, destacando que os Estados Unidos, frequentemente apontados como modelo de liberalismo, hoje adotam uma política tarifária muito mais protecionista, com taxas que variam de 30% a 50%. "Falar de protecionismo hoje é quase uma brincadeira", afirmou o ministro.

Haddad reforçou que, ao longo das últimas três décadas, o Brasil tem avançado na redução de suas tarifas e alíquotas, movimento contrário ao protecionismo. Ele enfatizou que o cenário atual exige uma "visão de parceria" nas relações comerciais, e que o Brasil tem buscado intensificar seus acordos, tanto com blocos econômicos importantes quanto por meio de tratativas bilaterais.

Em relação ao comércio com os Estados Unidos, o ministro explicou que, para que haja um canal de negociação, é necessário que ambos os países estejam dispostos a dialogar. "Para haver um canal, é preciso que haja um orifício de comunicação dos dois lados", disse Haddad, ressaltando que, do lado brasileiro, esse canal está aberto.

O ministro também comentou sobre a situação política interna, afirmando que as tarifas elevadas entre Brasil e EUA são reflexo da polarização interna no país. Ele frisou que, antes de avançar nas negociações internacionais, é fundamental resolver questões internas, como a "polarização" representada pelo "Fla-Flu" político. Além disso, Haddad indicou que a oposição no Brasil precisa recuperar a credibilidade para facilitar um ambiente mais favorável ao diálogo.