Europa se une a Zelenski em Washington para pressionar Trump por acordo de paz na Ucrânia
Líderes da União Europeia e da OTAN querem fortalecer garantias de segurança e evitar que Kiev seja isolada nas negociações com Moscou
MUNDONa véspera de um novo encontro decisivo em Washington, líderes da União Europeia e da OTAN anunciaram que acompanharão o presidente ucraniano Volodmir Zelenski em sua reunião com Donald Trump, marcada para esta segunda-feira (18). O objetivo é apresentar uma frente unida diante do ex-presidente norte-americano e pressionar por um acordo de paz que envolva garantias concretas de segurança para a Ucrânia.
Participam da comitiva presidentes e primeiros-ministros de países como Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália e Finlândia, além do secretário-geral da OTAN, Mark Rutte. A presença europeia é vista como um gesto de apoio a Zelenski, que foi excluído da cúpula realizada na sexta-feira entre Trump e Vladimir Putin, no Alasca.
A lembrança de um tenso encontro no Salão Oval, em fevereiro, preocupa os aliados de Kiev. Na ocasião, Trump teria repreendido Zelenski em público. Agora, a estratégia é cercar o presidente ucraniano de apoio político.
— “Os europeus têm muito medo de que a cena do Salão Oval se repita e, portanto, querem apoiar o Sr. Zelenski ao máximo”, afirmou o general francês aposentado Dominique Trinquand, ex-chefe da missão militar da França na ONU. “É uma luta pelo poder e uma posição de força que pode funcionar com Trump”, acrescentou.
Segundo Steve Witkoff, enviado especial dos EUA, Putin teria aceitado pela primeira vez discutir garantias de segurança à Ucrânia semelhantes ao Artigo 5 da OTAN, que prevê defesa coletiva em caso de ataque a um membro.
— “Foi a primeira vez que ouvimos os russos concordarem com isso”, disse Witkoff, classificando o momento como “transformador”.
Após conversar por vídeo com líderes de Canadá, Austrália e Japão, o presidente francês Emmanuel Macron defendeu que qualquer paz precisa vir acompanhada do fortalecimento do exército ucraniano.
— “Precisamos de um formato crível para o exército ucraniano. Devemos dizer — europeus e americanos — como vamos treiná-los, equipá-los e financiar esse esforço a longo prazo”, afirmou Macron.
Ele também mencionou a possibilidade de manter tropas internacionais em áreas seguras dentro da Ucrânia para dissuadir futuras ofensivas russas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reforçou a mensagem: “Saudamos a disposição do Presidente Trump de contribuir para garantias de segurança semelhantes ao Artigo 5. A coalizão dos dispostos está pronta para fazer sua parte.”
Enquanto Putin insiste em discutir apenas um acordo de paz completo, Zelenski rejeita a ideia de cessar-fogo imediato, que, segundo ele, daria espaço para a Rússia reorganizar suas forças.
— “É impossível negociar sob a pressão das armas. Putin não quer parar o assassinato, mas ele deve fazer isso”, declarou o ucraniano.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, não descartou a possibilidade de cessar-fogo, mas disse que a prioridade deve ser um acordo definitivo.
Especialistas alertam que a presença maciça de líderes europeus pode gerar tensões. Neil Melvin, diretor do Royal United Services Institute, em Londres, afirma que o grupo precisa calibrar o discurso para não passar a impressão de que está se unindo contra Trump.
Ainda assim, para Kiev, a participação europeia é vista como essencial para evitar que a Ucrânia seja forçada a aceitar condições impostas por Moscou.
(Os jornalistas da Associated Press Pan Pylas em Londres e Katie Marie Davies em Manchester, Inglaterra, contribuíram para esta reportagem.)
* Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial.